Palavra

Dedico este espaço a profissionais experientes, reconhecidos, renomados, famosos ou não, que apresentam opiniões ou reflexões das quais, no mínimo, devem ser compartilhadas.

Enfim o que acreditam ser ainda mais produtivo para o “pensar” dos leitores.

Agradeço a todos pelo crédito!

Aproveitem estes pensamentos……..

 

POST 1 – 13/09/13

O primeiro post é um artigo de um profissional que respeito muito e que me dá muitas oportunidades de reflexão….Obrigada Carlos!

CUSTO DA COMUNICAÇÃO

Nós sabemos que tudo na vida tem um custo. Com a comunicação não seria diferente, fazer um folheto, um cartão, um folder, tem o custo da arte, da produção, da distribuição e outros que os profissionais de marketing conhecem bem.

Mas além desses custos diretamente ligados a produzir a comunicação há outros custos decorrentes dela, ou seja, o resultado que ela pode trazer e isso pode afetar tanto o veículo – a mídia – quanto o produto.

Como economista me interessa mais o custo oculto, no primeiro momento, mas que afeta na forma e resultado o conjunto da economia.

Vamos tentar explicar melhor e para isso temos alguns cases.

Um caso emblemático é o da OGX, quando lançou seu IPO em junho de 2008 o preço era de R$ 11,31 e como uma companhia pré-operacional, ou seja, ainda não existia de fato, não havia fluxo de caixa, não havia receita, não havia operação, todas as avaliações se baseavam nas expectativas que ela comunicava e que o mercado comunicava.

Todos os analistas, todas as agencias de risco, todas as corretoras apontavam o sucesso, orientavam a compra das ações que poderia chegar até mesmo a R$ 37,00 conforme algumas avaliações de analistas.

Seu ápice foi em 2010 quando bateu R$ 23,27 e depois disso nunca mais cresceu, foi se mantendo e depois caindo numa queda vertiginosa e assustadora e hoje cada ação vale R$ 0,41  isso mesmo quarenta e um centavos.

Não vamos avaliar as razões pelas quais o valor da OGX caiu, os jornais e a mídia especializada já esmiuçou o caso, o mercado já tentou apontar os culpados, enfim…  não é isso que interessa aqui.

O importante neste caso é que a comunicação certa na forma foi sucessivamente errada no conteúdo, aquele produto não era o que todo o mercado insistia em comunicar e isso gerou perdas enormes, custos bilionários. Esse é o custo decorrente da comunicação, não o custo da comunicação. A comunicação foi certa na forma pois conseguiu chegar aos investidores que tomavam decisão de investimento, errada no conteúdo pois ela não conseguirá entregar o fluxo de caixa que prometeu e deveria ser possível identificar isto ou, como se diz no mercado financeiro, precificar este risco.

Outro exemplo interessante é o da Apple que utilizando uma estratégia razoavelmente simples transforma desejo em necessidade, afinal, porque alguém que tem o iphone100 precisa do iphone101. Mas este tipo de ferramenta também os profissionais de marketing entendem bem, mas qual o custo decorrente de uma prática de sucesso? No caso da Apple esse custo foi de aprisionar a empresa num modelo de apresentar produtos e novas tecnologias de forma incessante, se a Apple não lançar um novo produto o mercado vai entender que tem algo errado e seu valor cairia. Talvez isso não seja problema para a Apple, seja natural, mas bastará o ritmo ser alterado e o custo aparecerá

A comunicação, quanto mais efetiva é, quanto mais sucesso tiver, mais haverá um custo decorrente associado, afinal, – não há almoço grátis – não é?

Carlos A Dariani – Economista

POST 2 – 13/09/13

Este artigo é de um grande amigo, professor e marketeiro como Eu, Marquinhos

UM BEIJO…..NO FACE!

Tenho vivido a dúvida entre o pensamento contemporâneo do pensar digital e todo o meu pesar de valores aprendidos ao longo desta minha vivência.

Sou moderno sim, mas penso nos tempos em que escrever e remeter mensagens era um ritual que complementava as relações de amizade ou de amor. A tecnicidade dos dias atuais são sem duvida um facilitador da vida moderna, mas o charme da comunicação tem se perdido em meio a e-mails, msns e conteúdos instantâneos deletados num click apenas.

As redes sociais revitalizaram as necessidades de aproximação entre as pessoas ao mesmo tempo em que nos compeliram reprodução sem processar isso ou no máximo nos reduziram a pensamentos ligeiros, “insights” descartáveis que se vão num processo antropofágico de si mesmo. Coisa que a vida moderna nos fez ter como causa e efeito aprender com o “modus operandis” tecnológico.

Achamos e perdemos amigos e amores por esta via digital, um divã moderno que nos leva ao êxtase e a frustração. O profundo vácuo cibernético é cruel com o comportamento humano. Imagine-se sendo ignorado a cada tentativa de amigo, o quanto isso frustra os mais fracos. O buylling invisível.

Concluo que realmente o FaceBook é um lugar comum e incomum ao mesmo tempo, de pessoas que se escondem em outras falas. É isso, ou é a exposição da ingenuidade ou falsidade intencional de alguns…enquanto o Mark Z. ri muito disso tudo nadando em dinheiro advindo da miséria humana.

Tenho saudades reais de amigos reais. Olhos nos olhos e calor humano, lábios na pele e a sensação de ser e estar vivo todos os dias!

As vezes penso que posso me transformar num avatar de mim conversando com alguém mais fake ainda do outro lado da tela cheio de frustrações ou ansiedades a serem acalmadas com um gesto simples, um aperto de mãos, um abraço ou palavras amigas.

Certa vez me peguei questionando isso e escrevi este pensamento que uso sempre nas minhas falas em sala ou no diariamente nas relações pessoais. Um beijo na face jamais será igual um beijo no Face!

PS: E tenho o Dito… posso add, digo adiciona-los? E sobre isso uma última pergunta… Vocês são reais?

 Marcus Augusto S. Silva, Comunicador Social, Publicitário, professor  universitário, pesquisador, mestre em Marketing e Linguística Aplicada

 

Post 3 – 12/09/14

Novo artigo de meu parceiro Carlos A. Dariani

O café expresso, o pão de queijo e o sequestro do Wi-Fi

Um termo muito usado recentemente na cultura norte americana, foi apropriado pelo estudo da administração e é um dos temas interessantes discutidos no ambiente corporativo atual. Em inglês se chama “clutter” em português a tradução seria lixo, algo desnecessário, desorganizado.

O sentido é que as corporações devem se desfazer dos lixos corporativos, que alcançam finanças, operações e marketing. São aqueles procedimentos, práticas e políticas que não contribuem para a eficiência da gestão, ninguém usa e na verdade não serve para nada além de dar mais trabalho.

Quando alguém que não é ligado à área de gestão ouve falar disso, pensa logo que este é um assunto desinteressante e que toda empresa é assim mesmo, além disso, quem não é da empresa nem sabe que isso existe e não a afeta.

Pois é, não é bem assim. Vou contar uma história real para entender como isso te afeta na prática.

Você decide comprar um livro de arte num dia quente de inverno, é… você está em São Paulo. Entra na livraria com um bom ar condicionado e se vê diante de uma dezena de livros do mesmo tema, com preços semelhantes e todos igualmente bonitos e de capa dura. Mas tem um em especial que você já viu, mas… como chama o autor? Simples, saca seu smartphone e liga para sua esposa, as mulheres lembram tudo.

No entanto, no 2º andar da livraria o sinal do telefone é zero, vá lá basta enviar um whatsapp, mas não tem Wi-Fi!

Como assim não tem Wi-Fi? Isso mesmo, não tem Wi-Fi em uma das maiores e mais modernas livrarias da América Latina.

Essa prática é um clutter. Alguém, por alguma razão desconhecida resolveu que não era preciso, não percebeu seus clientes, não percebeu a concorrência. As pessoas da organização simplesmente convivem com isso e inventam discursos para explicar o inexplicável.

Mas, continuando a história… como você é esperto e não desiste nunca, vai até a cafeteria da livraria que tem Wi-Fi. Chegando lá, pede um café saca seu smartphone e não consegue se logar na rede. Você levanta, vai até o balcão e pergunta para a senhora que te serviu o café:

– Por favor, não tem Wi-fi?

Com olhar de interrogação ela chama outro rapaz e você pergunta novamente, e aí ele te explica:

– Tem sim, mas tem que fazer um cadastro.

Como assim cadastro? Alguém por acaso vai levar o Wi-Fi da cafeteria para casa? Vão sequestrar o Wi-Fi? Mas com o cadastro a cafeteria me mandaria um e-mail para eu devolver o Wi-Fi, é isso?

Não, isso é um clutter ! Total e completamente desnecessário.

“Mas é que por meio do cadastro vamos saber quem é você e seus hábitos de consumo. “ Marketing seu idiota!

Quer dizer que existe alguém ou um programa que informa a empresa que eu me conectei ao Wi-Fi 6 vezes no ano na cafeteria daquela livraria, sendo que a cafeteria tem mais 140 lojas no Brasil e muitas delas são franquias? E se eu não me conectei ao Wi-Fi, eu não fui? E quando eu passei por Campinas, ou por Ribeirão Preto?

Sinceramente, a mais pura inutilidade.

Mas continuando a história……… você tenta fazer o cadastro mas por alguma razão que os empregados da cafeteria não sabem explicar a tela para o cadastro não surge no seu smartphone.

Seu café já esfriou você já está irritado e resolve que não vai comprar livro algum, chega!

Caminha um pouco encontra outra cafeteria e resolve tomar aquele café. Essa sim, uma rede internacional, avisa logo na entrada “temos Wi-Fi”. Você pede um café e um pão de queijo, senta, tenta se logar e surge a tela, fantasticamente simples.

Mas estamos no Brasil e em seguida a tela pede o que? Um cadastro. Tudo bem, tudo bem, é o marketing seu idiota!

Começa a preencher e pede seu e-mail, OK, seu CPF……. mas o que uma cafeteria, onde compro pão de queijo, café e brownie fará com meu CPF?

O nome disso é clutter, não serve para absolutamente nada, não usarão esta informação para nenhum objetivo.

Mas você não vai estragar seu dia, dá as informações e se vê diante da fase mais assustadora de um cadastro, ele te pede para criar uma senha. Não, não é uma senha que você se lembrará facilmente, eles querem 8 dígitos sendo pelo menos 1 letra maiúscula, 1 letra minúscula, números não sequencias, nem repetidos e mais um dígito que não seja nem número nem letra.

Nem seu banco tem tanta segurança, mas o medo novamente é que você sequestre o Wi-Fi e saia de lá com ele no seu smartphone.

Outro clutter gigantesco. E não me venham falar de segurança, por Deus… é uma cafeteria, as pessoas tomam café, comem pão de queijo e brownies e precisam ter Wi-Fi porque está cheia de jovens que vivem conectados e é uma forma de criar um ambiente confortável e atrai-los.

Às vezes imaginamos que estas teorias sobre administração são uma utopia, coisas de multinacional apenas, mas não é.

Observe à sua volta tudo ocorre em pequena escala e constantemente e são esses clutters que estão presente na burocracia dos governos, nos questionários dos bancos, no crediário das lojas, no comércio, na indústria, na internet… estão em todo lugar e na verdade é aí que mora o custo Brasil, nas desinteligências.

Mas somos espertos e não desistimos nunca, vamos à luta e se você tem o poder de decisão ou de influenciar, corte os clutters da sua empresa, já!

Carlos Dariani

Post 4 – 12/09/14

Interessante artigo de meu mestre Dr. Alfredo Passos, vale a leitura e reflexão….

Um novo profissional para Marketing

Qual o perfil que as empresas buscam para o profissional de marketing em um momento de estagnação econômica, como no Brasil, da atualidade? Veja a resposta, neste post

Início estas escritas quando as cerca de 100 instituições consultadas pelo Banco Central (BC) para o boletim Focus cortaram, pela 13ª semana consecutiva, de 0,79% para 0,70% a estimativa para o crescimento do PIB em 2014.Para o ano que vem, as projeções foram mantidas em 1,20% de expansão, segundo o jornal Valor Econômico.

E com panorama de vendas em baixa em alguns setores, ou estagnação econômica, as empresas que atuam no mercado brasileiro, buscam reforçar suas áreas de marketing com profissionais mais qualificados e com capacidade de conduzir as mudanças que o mercado exige, para atender as estratégias corporativas.

O diretor-executivo da Talenses, Rodrigo Vianna, revela que existem muitas substituições na área de marketing – na comparação entre os períodos de março a dezembro de 2013 e de janeiro a julho de 2014, a consultoria registrou um aumento de 30% na demanda por posições de marketing.

Uma das causas para a mudança são os menores investimentos que as empresas estão fazendo. E assim, realizando aplicando em campanhas de comunicação on-line. As empresas, desse modo, querem executivos que dominem o meio digital, e nem todos incorporaram esse conhecimento às suas realidades, informa Vianna.

Outra questão comentada pelo diretor da Talenses, é a de maior atenção à comunicação no ponto de venda. A diversificação de competências, antes mais ligadas às mídias tradicionais, favorece profissionais com perfil mais generalista, em detrimento do especialista.

Na matéria do Valor, vários especialistas foram ouvidos, pelo jornalista Gabriel Caprioli, e a partir destas importantes contribuições, apenas reuni 10 ideias muito importantes:
1. Ainda, tem sido identificado também o redimensionamento de cargos tanto em âmbito nacional como englobando diferentes países. Para alinhar estratégias, há posições em marketing e vendas que respondem por toda a América Latina, o que inclui as América do Sul e Central e o México. O mesmo acontece na Europa e na Ásia-Pacífico;

  1. Dentro do território brasileiro, a regionalização abre possibilidades de atuar à frente de mercados como o do Nordeste;
  2. Saímos do “querer vender e persuadir” para o “querer se relacionar”;
  3. Agora, cresce a preocupação com aspectos como pesquisa de mercado, design e gestão da marca;
  4. O exemplo da P&G, que recentemente aboliu o termo marketing de suas nomenclaturas de cargo, substituindo-o por marca – um diretor de marketing, por exemplo, agora é diretor de marca. O objetivo é promover uma integração maior entre as diversas facetas que compõem o perfil da área;
  5. Nesse contexto, buscam-se profissionais que tenham condições de dar uma visibilidade diferente ao negócio em função de posicionamento e concorrência;
  6. O momento pede um comportamento mais agressivo, ousado, assertivo e focado em resultado. Um profissional que trabalhe em equipe, tire todo mundo da zona de conforto, tenha competência para a gestão de pessoas e seja responsável por alinhar a estratégia a uma visão de futuro;
  7. Um dos componentes desse conjunto de atribuições é a definição do preço;
  8. As companhias, por sua vez, exercem uma pressão maior por resultados de curto prazo, e o marketing é uma área muito cobrada por estar intimamente ligada à demanda. “Sua visão, no entanto, deve ir além das necessidades do consumidor. É preciso entender para onde o negócio caminha;
  9. As empresas estão sendo mais precavidas na hora de contratar executivos da área, às vezes optam até por quem não possui uma formação específica em marketing. Muitos dos profissionais têm ‘background’ em outras disciplinas, como matemática e engenharia de produção. Sinal de que a qualificação requerida ultrapassa as fronteiras do campo mercadológico.

Retomo estas últimas palavras “fronteiras do campo mercadológico”, para voltar a ideia de número 5 (cinco). O que pode significar uma empresa como a P&G, adotar o nome “marca” e não mais “marketing”, em seu organograma?

A maior empresa de consumo do planeta, uma das escolas de marketing, muda o nome de uma das disciplinas mais tradicionais das escolas de negócios, que hoje estão procurando mudanças e inovações. O que isso quer dizer? Onde isso irá parar?

Meu caro leitor, leitora, pode ser que outras empresas, ainda irão continuar chamando seus departamentos e profissionais com a palavra “marketing”, mas a largada foi dada. Um movimento foi dado. Agora é pagar para ver!

Referências:

Caprioli,Gabriel,Valor,25/8/2014 Especialistas, sínteses das frases 1 à 10: Eliane Figueiredo, diretora da consultoria em recursos humanos Projeto RH, Maximiliano Tozzini Bavaresco, sócio-fundador da Sonne, consultoria especializada em “branding”, Paulo Alvarenga, sócio-diretor da consultoria Crescimentum, Riccardo Morici, professor de marketing do MBA da Fundação Instituto de Administração (FIA) e consultor sênior da Progressus.

Alfredo Passos é Partner da Knowledge Management Company – KMC, empresa pioneira na prestação de serviços de Inteligência Competitiva e Estratégia no Brasil. Doutor em Administração, Professor da ESPM. Primeiro profissional da América Latina a ser honrado com o SCIP Catalyst Award da Strategic and Competitive Intelligence Professionals, EUA. Autor dos livros: Homem no Fogão e Mulher na Gestão; Inteligência Competitiva para Pequenas e Médias Empresas; E a Concorrência Não Levou! e Inteligência Competitiva – Como fazer IC Acontecer na sua Empresa, editados pela LCTE Editora.

Email: alfredopassos@uol.com.br

Twitter: https://twitter.com/profdrpassos

Blog diário sobre Inteligência Competitiva e Gestão de Negócios:http://alfredopassos.wordpress.com/

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