Arquivo mensal: setembro 2014

Porque marcas internacionais abrem e fecham no Brasil?

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ID-100193454Temos uma lista bem conhecida de empresas que tentaram aportar no Brasil e muitas deram com os burros n’água, outras passaram por reformulações, outras ainda tiveram que mudar sua estratégia e quase esquecer suas raízes.

Das mais conhecidas Dukin Donuts, KFC, Subway, Pizza Hut, Domino´s, Arby´s, TGI Friday’s a outras nem tanto, mudanças foram necessárias, outras não conseguiram sobreviver, outras estão se reinventando para voltar ao Brasil.

Muitas simplesmente vieram para cá sem estudar o mercado, o público-alvo, o preço, a viabilidade do negócio num país estranho. Claro que tinha que dar errado! O sucesso no país de origem não necessariamente significa sucesso em outro país.

Isto não aconteceu só no Brasil, muitos países não aceitaram os costumes e hábitos alimentares estrangeiros. E não só de restaurantes, mas de outros serviços também, como sistemas de limpeza, viagens, transporte, beleza e inclusive franquias.

Na década de 90 muitas empresas estrangeiras vieram para o Brasil, principalmente do setor de serviços, mas sem estarem munidas de informações sobre nossa cultura, nosso mercado, nossos hábitos. Apenas munidas de um belo ego. Uma delas foi a KFC e a Arby´s que fecharam suas portas bem rapidamente. Tanto por não conseguirem competir com outros players do mercado de fast food como cometer erros crassos de estratégia nada competitivos, estas franquias em pouco tempo foram ignoradas pelo consumidor.

Mesmo considerando que no Brasil a classe média é louca por marcas estrangeiras e ao fato de que não tinham acesso a elas lá fora até recentemente, ao abrir aqui suas lojas, estas empresas tinham no mínimo a esperança de filas imensas e intermináveis. Na verdade aconteciam até o consumidor notar que o custo x benefício não valia a pena.

Passadas mais de duas décadas numa situação diferente daquela época, algumas empresas retornam ao Brasil ou estão aqui pela primeira vez e estão dando certo. O fato de elas estarem aqui hoje não as isenta de se reavaliarem, repensarem, adaptarem seus cardápios ou serviços aos gostos dos brasileiros, entre muitas outras situações a serem pensadas para que permanência delas aqui seja longeva.

Starbucks, Outback, Applebee entre tantas outras estão encontrando um equilíbrio do negócio em terras brasileiras e para algumas a situação se inverteu, quando empresas estrangeiras estão sendo compradas por empresas brasileiras, caso do Burger King por exemplo.

Não apenas na área de alimentação as empresas tiveram problemas, também o tipo de negócio ou despareceu ou tornaram-se diferentes no seu modelo. É o caso do Blockbuster, que foi vendido ao Grupo Americanas por uma fortuna, mas hoje está operando no modelo store in store ou pela internet.

Claramente abrir empresas ou franquias requer muita dedicação, estudos de viabilidade e, além disso, é fundamental cuidar para que os produtos ou serviços se adéquem aos locais onde serão comercializados.

Isto vale para empresas estrangeiras ou brasileiras, mas as internacionais devem tomar mais cuidados com as questões culturais e a tangibilidade do valor da marca no mercado nacional, com as experiências anteriores todo cuidado é pouco para o sucesso do negócio. Os tempos são outros, as classes sociais mudaram de condição, o mercado internacional mudou e as pessoas também não são mais as mesmas.

Vamos continuar acompanhando …….

 

Veja Também:

https://www.youtube.com/watch?v=2D4xxGVsJw8

Leia também:

http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/dunkin-donuts-planeja-abrir-150-lojas-no-brasil/92603/?utm_source=MailingList&utm_medium=email&utm_campaign=News+16%2F09%2F2014

http://economia.ig.com.br/empresas/brasileiros-compram-rede-americana-burger-king-por-r-7-bilhoes/n1237768034680.html

http://www.manager.com.br/reportagem/reportagem.php?id_reportagem=1025

 

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Marketeiro, médico e louco todos têm um pouco.

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ID-10090034Li recentemente um artigo que criticava a velha anedota que quem não sabe o quer fazer na vida escolhe a faculdade de Administração. Claro e não é para menos, hoje faltam administradores no mercado, generalistas estão escasseando e as empresas estão pagando um preço por isto.

O mesmo posso considerar para os velhos hábitos de profissionais e proprietários de empresas, principalmente micro e pequenas, que ainda pensam que sabem fazer marketing como ninguém, ou melhor, muito melhor do que você profissional especializado.

Uma empresa para sobreviver precisa pensar no mínimo em seu produto/ serviço, em propaganda, em preço e em distribuição/ponto de venda, os famosos 4 P’s de Kotler, é quase uma questão de sobrevivência. Até aí estamos no nível básico.

Muitas empresas, principalmente familiares, pecam por não ter profissionais especializados em seus quadros ou por acharem que podem e conseguem fazer marketing sozinhos, afinal qualquer um pode (?) ou porque marketing na visão deles é só vender.

Da mesma forma alguns praticam medicina recomendando e prescrevendo medicamentos ou atitudes relacionadas à saúde, bem como explicando as causas e consequências de doenças ou sintomas que nunca se quer ouviram falar!

Pode fazer tudo isto e não admitir seus erros e por vezes não arcar com as consequências, em ambos os casos.

Não é muito diferente no mundo corporativo, principalmente das micro e pequenas empresas onde os conceitos não são considerados importantes ou estratégicos. Prestar um serviço ou vender um produto, mas não analisar como vende-lo da melhor forma, para quem, aonde e como conquistar o cliente é uma lição de casa que muitos se esquecem ou não acreditam necessária para o sucesso do negócio. Continuamos no nível básico.

O Marketing é uma ferramenta estratégica utilizada para identificar as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades do mercado. A utilização do plano de marketing torna a empresa menos vulnerável às crises, pois estas podem ser no mínimo vislumbradas. A partir daí pode-se desenvolver objetivos e identificar oportunidades.

Parece muito simples, mas não é!

Comparando com a medicina, todos poderiam ser médicos baseados em suas próprias experiências, que lhes dão know how para supostamente indicar tratamentos. Mas quando você fica doente ou está com sintomas os quais não consegue explicar, vai ao médico ou ao vizinho?

O mesmo vale para profissionais de marketing que são preparados para identificar problemas, indicar caminhos e apresentar planos de ação compatíveis com a realidade da empresa. Deparo o tempo todo com empresas que necessitam de profissionais ou no mínimo de consultoria em marketing, principalmente os pequenos negócios, que pode-se dizer fazem muito por intuição ou por aprendizado a base da palmatória.

Assim empresários busquem profissionais qualificados para indicar soluções para seus problemas e não consultem a família, o vizinho ou o amigo como se estivesse jogando banco imobiliário. Certamente o dinheiro perdido por estratégias erradas não será de mentirinha.

Agora se você prefere ser louco…..volte para casa zero e boa sorte!

 

Reflita: “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância” – Sócrates

 

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