Peço licença hoje para tratar de um assunto mais amplo e que foge do tema Marketing propriamente dito, mesmo que dele faça parte.
Vimos nas últimas semanas, principalmente nesta última uma série de declarações vindas de todos os lados, seja de especialistas da saúde, economia, jornalistas; seja de políticos, seja de empreendedores, profissionais autônomos ou da população.
A verdade é que não há consenso, bem como não há nenhuma certeza.
Explico: tomar a decisão de fechar os estabelecimentos e todo o comércio de SP e deixar todos os trabalhadores em casa é uma solução “humana”, pensando nas pessoas e no grave problema advindo de uma epidemia por um vírus desconhecido na sua totalidade. A gravidade mora, neste caso, num sistema de saúde com possibilidade de não atender a demanda na sua capacidade de leitos e principalmente UTIs. É uma decisão para minorar o contágio e a curva de crescimento da pandemia.
Sim, totalmente compreensível e humano, como disse antes.
Por outro lado o comércio, serviços, autônomos e os informais estão sofrendo uma gravidade ainda adicional, a falta de dinheiro, o que pode trazer, para a economia grande e demorada reversão. As incertezas da retomada da economia com agilidade para que esta recuperação seja menos indolor, predominam no campo do setor de serviços e comércio.
Pois bem, estamos entre duas escolhas difíceis.
Não sou economista e nem quero aqui ter a pretensão de palpitar neste campo, recolho-me a minha insignificância de conhecimentos, mas sou empreendedora e entendo bem a situação.
A minha certeza é que deva existir um esforço comum, que todos, eu digo TODOS, devam olhar para situação e compreender que não é apenas uma questão de saúde, é uma questão ampla, que envolve famílias e sua sobrevivência.
Conforme dados do SEBRAE de 2018, só em SP 78% dos negócios são de serviços e comércio, as pequenas e micro empresas representam 98% na economia do Estado, 50% dos empregos, 39% da folha de salários e 27% do PIB. (*) São números gigantes!
Claro que agir neste tempo é fundamental, ser criativo e inovador, como já mencionei no artigo anterior, muitos negócios estão tentando se virar, criando outras formas de atender ou vender seus produtos, além de uma corrente de solidariedade imensa e do bem. Mas o tempo é inexorável para o resultado das empresas pequenas e micros, autônomos e informais.
Temos que nos dar as mãos e juntos – governos e setores primários, secundário e terciário – trabalharem em prol de um bem comum, encontrar soluções plausíveis e viáveis tanto no âmbito da saúde como no âmbito econômico. Não são caminhos paralelos devem ser intersecções.
Há tentativas e estamos de certa forma discutindo esta situação, mas ela deve ser encarada com maior urgência e as soluções devem aparecer com a maior brevidade.
O país pede socorro!
foto: Cruzamento em X entre Rua Araújo Porto Alegre e Avenida Graça aranha, no centro ro Rio de Janeiro. Fonte: ITDP Brasil