Ultimamente tenho observado algumas propagandas que me fizeram escrever sobre este tema. O uso de pessoas públicas na publicidade não é novidade e é muito comum aqui no Brasil e também em outros países.
É um recurso o qual as agências de publicidade e propaganda defendem, sob a alegação de que produtos/serviços anunciados por pessoas públicas trazem credibilidade e retorno. Pesquisas já concluíram que produtos e serviços anunciados por celebridades tendem a vender mais. Isto é um fato. Mas, pesquisas também já constataram que nem sempre o resultado é o esperado! Vamos analisar o porquê.
Comumente presenciamos anúncios onde atores, atletas, socialites, cantores entre outros, estão vendendo alguma coisa para você, público alvo.Nada contra, mas não posso deixar de refletir sobre outros fatores ligados a esta questão. Quando é correto vender algo que não se usa? Algo que não se consome? Algo em que não se acredita? Ou você acha realmente que todos os produtos ou serviços divulgados pelos garotos- propaganda são consumidos ou usados?
Penso que todos os envolvidos devem ter responsabilidades sobre seus atos, sejam anunciantes, agências de publicidade ou garotos-propaganda.
Assim, vegetarianos fazendo propaganda de carne, famosos sem curso superior divulgando faculdades, celebridades que vendem produtos que não consomem, não refletem a transparência necessária na relação entre empresas e consumidores. E, a meu ver, não é só incoerência, não é aceitável que o mais importante seja simplesmente a venda, o discurso sem prática. Vou além, a relação da empresa-marca com pessoas públicas deve ter critérios que avaliem o quanto estão conectadas, o quanto elas possuem seguidores pertinentes e o quanto elas personificam a marca.
Desta maneira propagandas onde Gianecchini “vende” instituição que trata de pessoas com câncer, Gisele Bundchen vende xampus ou produtos de beleza, Ivete Sangalo vende Avon, entre inúmeras outras propagandas, vê-se esta conexão com clareza.
Por outro lado, quando as celebridades “pisam na bola”, perdem seus contratos. As empresas não querem suas marcas atreladas a usuários de drogas, levianos, usurpadores do fisco, propagandistas offline de marcas concorrentes, homofóbicos ou destemperados, entre outras desclassificações. E é assim que deve ser!
As empresas devem avaliar claramente a personificação de sua marca, as agências a escolha correta do perfil e nós consumidores reconhecermos a celebridade como porta-voz da empresa por sua conduta e alinhamento com a marca e não pelos 15 minutos de fama. Só assim uma celebridade poderá agregar algum valor à marca.
Mas, quem tem que ter o discernimento é você expectador e é de sua responsabilidade analisar criticamente tudo o que tentam te vender. Saber separar o joio do trigo.
Apenas nós consumidores podemos mudar este quadro, reconhecendo nas escolhas das personagens as três regrinhas básicas: querer, dever, poder.
Concordam?
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http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/top-10-propagandas-mais-famosas-no-mundo.html
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