O Marketing e as mudanças de hábito

As tendências alimentares mundiais têm mudado ao longo dos últimos anos. A nova geração criada com conceitos de sustentabilidade, respeito aos animais, alimentos mais saudáveis e até intolerâncias alimentares, trouxe ao consumidor uma nova oferta de produtos que atingem não só o setor alimentício, como o comércio, a indústria farmacêutica, a indústria de moda, cosméticos entre outras.

Intolerância a lactose ou glúten fez com que a indústria percebesse um nicho a ser atacado, antes restrito a pequenos produtores. Isso vale para o início dos anos 90 quando os primeiros alimentos diet e light começaram a aparecer. Hoje encontrados com maior facilidade na maioria dos mercados do Brasil. Já os produtos sem lactose ou glúten são mais recentes em escala industrial, mas já estão por aí compondo a gama de oferta nos supermercados.

A nova tendência não só ligada a produção orgânica, que continua restrita na oferta, é o aumento de vegetarianos e veganos no mundo. Recente pesquisa do IBOPE para SVB indicou que 14% da população brasileira se declara vegetariana. ( fonte: https://www.svb.org.br/vegetarianismo1/mercado-vegetariano )

A pesquisa apenas reforça o que é visto a olhos nus, o aumento de restaurantes especializados, aumento de ofertas de pratos vegetarianos e/ou veganos nos restaurantes e bares, os já citados produtos elaborados pela indústria alimentícia, além de outros setores da economia. Roupas, acessórios, calçados, móveis, perfumes, cosméticos são setores que já migraram para produtos isentos de composições animais, mas também parece que ainda não são suficientes para atender as demandas que aumentam ano a ano.

Analisando esta situação sob a ótica do marketing, apelar para o conceito veggie pode ser em um primeiro momento muito natural, mas não se deve esquecer que tudo é uma opção do consumidor. Da mesma forma há o consumidor “tradicional” que quer se alimentar/adquirir produtos animais. Encontrar um equilíbrio entre a forma como se conduz uma comunicação para cada empresa, seus produtos e seus consumidores não é uma tarefa simples.

A divulgação do Mr Veggy , por exemplo, traz com leveza  e realce de sabor sua gama de produtos e até o bom humor é bem vindo, como o vídeo elaborado por uma empresa do RJ a Vital Vegg’s.

http://www.mrveggy.com/

https://www.vista-se.com.br/empresa-vegana-do-rio-de-janeiro-faz-comercial-hilario-e-muito-criativo-sobre-seus-produtos/

As diversas ações de marketing possíveis para todas as opções devem ter bom senso e respeito ao consumidor.

A correta estratégia de marketing e o uso dos meios de divulgação é o que fará a diferença para o consumidor. A mudança se dará por livre arbítrio, mas não são mais aceitáveis extremos, omissões, falsos dados, artigos tendenciosos, maus tratos aos animais – o consumidor está muito atento a tudo, seja ele carnívoro, vegetariano ou vegano. Mais que uma escolha é a consciência de que as mudanças são um processo da sociedade.

Vamos acompanhar de perto.

Photo by Dan Gold from Burst

Marketing sozinho não faz verão

Quando abordamos o tema marketing logo se associa a publicidade e propaganda ou a vendas, mas sabemos que é bem mais que isto. Sem entrar no mérito da área e sua relevância no mundo dos negócios, aqui neste Blog várias vezes abordado, é importante ressaltar que apesar de fundamental não é milagreiro.

Quando se trata de divulgação é preciso tomar cuidados, principalmente considerando os pontos de contato do cliente com a empresa, pois se não estão azeitados não vão funcionar. Se a estratégia de divulgação é boa e atrai clientes, é necessário que todo o resto seja condizente. Se a empresa consegue atrair o cliente deve ter o respaldo no atendimento, na infraestrutura, na experiência de compra, na prestação de serviços adequada, na qualidade do produto, na limpeza, entre tantos outros pontos que devem ser cuidados com o mesmo esmero. Na teoria tudo é coeso na prática nem tanto.

O envolvimento do marketing com todas as demais áreas da empresa é que tornará a compra, recompra ou fidelização garantidos, a máxima de que “não adianta botar dinheiro bom em coisa ruim” é mais do que nunca real e verdadeira. Ter nexo na comunicação e comprometimento é uma atitude correta do profissional de marketing que deve principalmente enxergar todas as possibilidades na relação com o cliente. Ouvir de fora para dentro e observar as críticas boas e ruins traz aprendizados e insumos para que a empresa acerte a rota e melhore ou modifique o que não está bom.

Interagir com todos os departamentos faz parte do trabalho do marketing, não existe uma área isolada com vida própria, autossustentável. A interação da área de marketing com as demais áreas da empresa é mais que necessária, é fundamental para que o posicionamento que a empresa deseja seja perceptível ao consumidor e não se torne propaganda enganosa.

Empresas que contratam agências para divulgarem suas marcas sem estratégias adequadas e avaliações reais de seus produtos/serviços tendem a perder mais clientes do que conquistá-los.

É uma postura de visão do conjunto sem a qual não será possível fazer um bom trabalho!

Então, mãos a obra!

Image courtesy of Stuart Miles at FreeDigitalPhotos.net