Arquivo mensal: março 2015

Informação e credibilidade = Dupla Dinâmica

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Foto Paulo Pinto/Fotos Públicas

Foto Paulo Pinto/Fotos Públicas

Recentemente tivemos um episódio há muito visto no Brasil, uma grande manifestação da população insatisfeita com o atual governo.

Em São Paulo, especificamente, a Avenida Paulista lotou e as imagens aéreas nos davam claramente a noção de uma imensa multidão nas ruas. Só vemos a Paulista assim em grandes eventos ou na virada do ano, quando a comemoração de réveillon se passa nela.

No entanto, o problema não está na manifestação e sim no instituto de pesquisa envolvido com a contabilidade do evento.

Largamente discutido e ovacionado negativamente, principalmente nas redes sociais, o Instituto Datafolha reduziu o público a 1/5 do real. Era fácil de chegar ao público de um milhão de participantes, não apenas vendo a TV, mas também por quem esteve na Paulista. Mesmo considerando a margem de erro típico de pesquisas para mais ou para menos, o volume seria bem diferente dos 210 mil divulgados pela empresa.

Mas a importância de tal fato não está na supressão de 800 mil pessoas e sim na credibilidade de uma empresa, que foi discutida e colocada em dúvida.

As empresas quando necessitam lançar produtos ou serviços, recorrem a Institutos de pesquisa ou empresas especializadas para esta função, já que é necessária uma expertise no assunto.

Como profissionais de marketing defendemos o uso destas empresas de pesquisa para muitas vezes, confirmar ou direcionar o que o marketing acredita ser o ideal para aquele momento em que a empresa se encontra, sobre o produto o qual deseja colocar suas fichas ou sobre a percepção do cliente, entre muitas outras opções.

Pesquisas são importantes desde o processo inicial de abertura de uma empresa, à decisão de lançamento de um produto até a relação do cliente com a marca, considerando inúmeros fatores como: localização, concorrência, público-alvo, consumidor, cliente, serviço, vendas, embalagem, atendimento e muito mais.

Os estudos sejam primários, secundários de método qualitativo ou quantitativo, devem apresentar dados reais e confiáveis para municiar os empresários com informações relevantes e importantes para a tomada de decisões. Seu principal objetivo é dar subsídios que viabilizem os negócios, pelo menos isto é que se espera, no mínimo.

No entanto quando uma empresa tem que ir aos veículos de comunicação para explicar como chegou a um determinado resultado, querendo explicar o inexplicável, penso que já é tarde demais. Para mim a imagem está comprometida e totalmente arranhada.

Empresas de pesquisa devem ser imparciais, isentas de pré-conceitos, sérias e comprometidas com a verdade, sem esta condição correm o risco de perder irreversivelmente sua credibilidade.

 

 “A pesquisa de marketing corresponde à elaboração, à coleta, à análise e à edição de relatórios sistemáticos de dados e descobertas relevantes sobre uma situação específica de marketing enfrentada pela empresa”. (KOTLER, KELLER, 2006)

 

Leia também:

http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2015/03/1603607-protesto-reune-210-mil-na-paulista-entenda-a-metodologia-de-contagem.shtml

http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/enquanto-o-datafolha-extermina-800-mil-manifestantes-contra-o-lulopetismo-em-sao-paulo-a-policia-militar-reitera-havia-1-milhao-de-pessoas-nas-ruas/

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/os-alquimistas-do-datafolha-acabam-de-exterminar-mais-de-800-mil-manifestantes/

http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-importancia-da-pesquisa-de-mercado-para-o-sucesso-dos-negocios/81710/

http://www.eddata.com.br/artigos/7/a-importancia-da-pesquisa-de-mercado-para-o-sucesso-empresarial.html

http://www.mbi.com.br/mbi/biblioteca/tutoriais/importpesq/

Foto: Paulo Pinto/ Fotos Públicas (http://fotospublicas.com/)

Rir é o melhor remédio?

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ID-100105015Nos últimos tempos a publicidade e a propaganda têm recorrido ao marketing de experiência e a comerciais bem bolados que enveredam pelo caminho do sentimentalismo, do amor, da solidariedade, do bom humor.

Usar o humor como alavancador de marcas é uma excelente escolha, pois dificilmente ela não será lembrada. O humor alivia a mensagem de venda, não é chato, deixa a mensagem fluir, por vezes se torna caco para brincadeiras e expressões se consolidam nos grupos de amigos.

Estudos comprovam que propagandas com forte carga emocional tendem a ser memorizadas com grande facilidade. Propagandas dramáticas marcam e nos fazem refletir. Propagandas que remetem à ação nos agitam. No caso do humor, a propaganda engraçada nos faz rir e relaxar, permitindo que a mensagem de compra seja leve.

Na era das redes sociais, as propagandas bem humoradas são facilmente replicadas, se beneficiam disso para conseguir publicidade espontânea e viral, atingindo um público muito maior e o melhor, sem custo.

Mas nem toda propaganda de humor é entendida como engraçada. Antes de se produzir a propaganda, deve-se ter noção do impacto de determinada piada ou situação na percepção das pessoas. Uma piada de mau gosto pode surtir o efeito inverso e tornar-se um grande abacaxi e isso, obviamente, é péssimo para uma marca.

A propaganda tem que ser verdadeira em relação ao produto, isto significa que é preciso descobrir “se” e “qual” tipo de humor cabe na marca, para não correr o risco de virar escárnio e o tiro sair pela culatra.

A propaganda é um investimento e, como qualquer investimento, ela precisa trazer retorno. Esse retorno pode ser financeiro, institucional ou social, mas se ela não gera nada mais do que views, likes ou shares, ela é apenas custo.

Ultimamente, no mundo inteiro, as marcas têm se comportado com humor de forma diferente: negro, pastelão, bordão, satírico, fino, sutil, melancólico, sarcástico, nonsense, irônico, politicamente correto. Humor não é só piada. As marcas hoje buscam experiência e uma causa. Mas não é nada fácil fazer humor hoje em dia. Reflexo de uma época onde os consumidores mudaram e já não aceitam qualquer coisa, são mais críticos e intolerantes, divididos em grupos de afinidade bastante atuantes.

Agências de propaganda e empresas precisam se concentrar em criar propagandas eficazes, que aumentem as vendas, atraiam novos clientes e fortaleçam as marcas. Com humor ou sem ele.

Publicidade custa caro, por isso é preciso definir objetivos claros e acompanhar os resultados. Propaganda engraçada é ótima para compartilhar com os amigos, viralizar, criar bordões, mas leva clientes à loja? Às vezes sim às vezes não…..

Pergunto: você passou a assinar a Folha de SP por conta do ratinho? Comprou twix? Toma mais Pepsi? Tem Seguro Bradesco? Usou a OLX? Quantas vezes você comprou um Head & Shoulders?

Assim caro leitor, rir é um ótimo remédio, mas no mundo dos negócios quem ri por último ri melhor.

 

Veja também:

http://jovempan.uol.com.br/videos/upx-mobile/66614-bom-humor-e-a-melhor-maneira-de-fazer-propaganda-de-seguros.html

http://www.portalmakingof.com.br/oi_utiliza_bom_humor_para_divulgar_novas_ofertas_de_pre-pago.html

http://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/mercado/32435/10-melhores-acoes-de-marketing-de-2014.html

https://www.youtube.com/watch?v=Lm1YWWvTYKE

https://www.youtube.com/watch?v=TpzpInx2tZg

https://www.youtube.com/watch?v=7ldX4viB8j0&list=UUcy4H48pGKyYwXYj1Yz7dWw

http://hypescience.com/propaganda-criativa/

Image courtesy of Ambro at FreeDigitalPhotos.net