Arquivo mensal: novembro 2019

Empreender ou Plano B

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Em 2014 escrevi um artigo sobre este tema e retomo o assunto que tenho acompanhado muito de perto nestes últimos tempos, seja porque me tornei uma empreendedora seja porque o país engorda sua massa de empreendedores todos os dias.

Se considerarmos a parte burocrática que há anos tentam minimizar neste país, a abertura de micro e pequenas empresas de certa forma evoluiu, a pequenos passos diria e temos ainda a questão tributária muito desigual e que inviabiliza muitos negócios.

A informalidade é uma tônica neste mercado, onde muitas micro empresas continuam sendo “fundo de quintal”, sem CNPJ, sem padrões e processos definidos, sem carteira assinada e por aí vai.

Por outro lado, cresce assustadoramente seja porque não temos empregos formais disponíveis seja porque é uma saída para uma fonte de renda, no mínimo necessária.

Partir para um negócio não significa arriscar tudo e todo o patrimônio numa ideia, sem planejamento, sem pesquisas, sem definições. Não se acorda depois de uma noite de sono e se decide montar um negócio, como se fosse mágica. Mas o que estamos vendo, e de certa forma sempre foi assim só que agora em escala geométrica, é um negócio nascendo a cada minuto. Tenho acompanhado muitos grupos de empreendedores nas redes sociais e participado de muitos encontros de empreendedorismo, pois sou também uma profissional que hoje está neste grupo. Espanta-me a primariedade das pessoas no mais básico das ações. Desde ser informal ( sem CNPJ, sem NF, sem controles, etc), cometer atos ilícitos ( não gerar documento fiscal, burlar tributos, entre outros), não saber o que vender ou vender algo sem saber quem é o público alvo e por aí vai, é muita falta de preparo para empreender.

Não estou tirando o mérito de quem começa pequeno, cresce e se transforma em grande empresa ou que se fortalece e se torna marca reconhecida, como vários exemplos que temos aqui no país. Também não desmereço o pequeno empreendedor que está limitado ao seu bairro, por exemplo, e atende a sua comunidade de forma certeira, vive deste negócio assim como ele nasceu, muito bem obrigado.

Na verdade creio que ser empreendedor não é fácil, mas certamente toda pessoa que quer empreender deve ter uma lista de quesitos mínimos para checar.

  • O que gostaria de fazer: para que, pra quem e por quê?
  • Estudou e pesquisou o mercado/nicho que quer entrar?
  • Definiu os 4 P’s: produto, preço, praça e promoção?
  • Quer um negócio para tentar ganhar dinheiro, enquanto espera um emprego formal ou para ser seu futuro profissional?
  • Está preparado para ser dono de um negócio, ou seja, sem horário fixo, sem férias, sem 13º, sem benefícios?
  • Está preparado financeiramente até atingir o ponto de equilíbrio do negócio?
  • Está preparado para o fracasso?

Estas são algumas perguntas que se deve fazer, uma reflexão particular e não perguntando para a família, parentes ou vizinhos.

Empreender no dicionário significa “tentar, realizar, tarefa difícil e trabalhosa”. Empreender no conceito empresarial é também agregar valor, saber identificar oportunidades e transformá-las em um negócio lucrativo, mas o resultado pode ser sucesso ou fracasso é preciso PLANEJAR.

Assim, tudo pode dar certo, mas deve haver uma dedicação no estudo do assunto o qual se quer investir tempo e dinheiro. Depende de quanto se dedica a planejar cada passo. Depende de como vai encarar a decisão e opção de trabalho. Depende de como vai administrar o negócio. São muitas variáveis e todas, sem distinção devem ser claramente listadas, estudadas, estressadas até que se tenha certeza absoluta que este é o caminho certo.

Descobri nestes grupos e eventos que participo que o caminho explanado pelos empreendedores não é mais “vai e encara; mete bronca; arrisca” o caminho é “pensa; reflita; pesquise; entenda o local e público que quer conquistar”, e isto vai do grande empresário nacional ao cara das quebradas com seu negócio local. Duas coisas pensam em comum: “vai atrás dos sonhos; não desista; vai ouvir muito você é louco, isto não vai dar certo!” e “ para que as chances aumentem, estudar é o único caminho”. Concordo com as duas.

Como consultora, meu objetivo é que todo negócio dê certo, que todo negócio traga satisfação e realização, mas não compactuo com o ilícito, delírios e falta de planejamento.

Como consultora, meu objetivo maior é orientar meus clientes, apresentar as variáveis, fazer comparações com outros negócios similares ou concorrentes para reflexão, propor formas e ferramentas para alcançar os objetivos e conquistar clientes. É um trabalho que reflete minha opção pessoal, quando olho para um cliente estou olhando para mim mesma, nos meus sonhos como profissional e obviamente quando desejo o sucesso deles estou desejando o meu sucesso. Não há maior satisfação.

Gostaria muito que todos os empreendedores ou aqueles que querem empreender sigam os caminhos de quem teve sucesso como exemplo e principalmente usem os erros como inegociáveis “do que não fazer”.

Termino este artigo com uma das frases do artigo anterior, para mim de extrema relevância:  “Não há nada mais inútil que fazer eficientemente o que não deveria ser feito”  – Peter Drucker

 

Imagem de Alexas_Fotos por Pixabay

Você pira no quê?

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PiraqueWear_1_LLTBWA_gal_gA M Dias Branco empresa do ramo alimentício, atuante nos segmentos de biscoitos, massas, farinhas e farelo de trigo, mistura para bolos, margarinas e cremes vegetais, bolos, snacks de milho e de trigo, torradas, bits de cereais e refrescos em pó é detentora de marcas pelo país todo como Adria, Piraquê, Basilar, Pilar, Richester, entre outras, algumas com mais de 100 anos de existência.

Tudo começou quando recentemente a cantora Duda Beat vestiu um modelo elaborado por sua estilista que usou a estampa do biscoito de leite maltado da marca Piraquê, logo após o influencer John Drops que adora “zoar” com os modelitos de celebridades e pessoas públicas montou a roupa da cantora com embalagens do biscoito, a brincadeira viralizou.

A identidade visual das embalagens originais, criada pela artista plástica Lygia Pape na década de 60, foi transformada em uma coleção original e engraçada, buscando reforçar a ideia de marca original, agregada aí ao uso do influencer como modelo do catálogo da coleção, intitulada Piraquê Wear. As roupas foram baseadas nos produtos: goiabinha, leite maltado, presuntinho e gergelim todos os produtos da marca Piraquê.

Na verdade, acredito que a Piraquê e seu departamento de marketing/agência de publicidade rapidamente enxergaram uma grande oportunidade de criar uma campanha leve e descontraída, onde a ideia é reforçar a imagem e rejuvenescer a marca para o público consumidor.

Através desta ativação que tem o objetivo de gerar mais conteúdo e valor para a marca, reforçando o conceito de originalidade e a conexão com o público jovem, a ideia não é vender as peças, apenas usá-la como atrativo ao falar da marca. Parece que haverá outros influencers e celebridades no radar, para que a ação que teve uma ótima repercussão continue a fazer seu papel.

Mas uma dúvida surgiu, se há tanta gente interessada em adquirir tais peças e se não há interesse em vendê-las, apenas utilizá-las como ferramenta de conversão e gerar conteúdo, é uma ação que vai dar certo? Quanto a marca poderia perder com esta visão, principalmente se pensarmos, por exemplo, em uma produção não autorizada por aí? Sabemos que quando cai no “gosto do povo”, inúmeras empresas mesmo sabendo que não é correto, saem produzindo sem licenciamento. E isto é só um exemplo, o mundo da criatividade é infinito!

Creio que a empresa deve sim pensar no desenrolar desta ação e em não perder oportunidades que já são sucesso de público, mesmo sem existirem!

Aproveitaria o embalo e licenciaria a coleção antes que seja tarde, além de abrir a possibilidade para peças decorativas, acessórios, calçados, etc. #Ficaadica Rodrigo Mainiari – gerente de marketing da M Dias.

Eu piro em pensar em boas oportunidades que são dadas de graça e nem sempre são aproveitadas pelas empresas!

Vamos ver o que acontece.

Eu adorei. Boa sorte Piraquê!

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Imagens: Lew Lara para M Dias
Fontes: Infobranding, Meio e Mensagem, Mundo do Marketing