Arquivo mensal: maio 2014

Xô chatice!

Padrão

ID-10039207Apesar de todos os avanços nas teorias de atendimento ao cliente, na prática muitas empresas da área de serviços e o comércio estão pecando enormemente no quesito “como vender mais e melhor”.

Profissionais de atendimento ansiosos, de mau humor, que não conhecem os produtos oferecidos ou não atendem a sua demanda são alguns dos tipos que incomodam e invariavelmente espantam clientes. De novo os serviços embutidos nos produtos tem importância relevante na concretização de negócios, na conquista de novos clientes e na manutenção dos atuais. Nas empresas de serviços então, é um dos itens fundamentais para sua sobrevivência.

Vamos conferir algum dos tipos mais comuns da linha de frente e que irritam os clientes de verdade.

Laçando o cliente

Vendedores que abordam possíveis clientes na porta forçando-os a entrar só espantam ao invés de seduzi-lo. As pessoas desistem de entrar só por este motivo, mesmo que o produto ou serviço lhes interessem. Desistir da compra é a primeira opção.

Todo atendente deve dar espaço ao consumidor, esperar que ele escolha o que deseja, deve observá-lo e então oferecer ajuda no momento certo. Todo consumidor dá sinais claros quando quer ser atendido, é só prestar atenção.

Agora se já é cliente, run Forest run ! Como um convidado ele merece ser recebido com todas as mesuras, mas nunca se deve prometer o que não se pode entregar.

Trilogia matadora: braços cruzados, cara fechada e descaso

Ficar de braços cruzados, imóvel ou com uma expressão mal-humorada espanta qualquer um, ou o consumidor procura outro atendente ou dá meia volta e sai do lugar imediatamente.

O consumidor deve ser recebido sempre com um sorriso no rosto e uma expressão positiva, afinal a empresa depende dele para realizar um negócio. O atendente deve se mostrar disposto a ajudar, em todos os momentos.

Consumidores ou clientes sempre percebem quando há má vontade no atendimento, ou seja, não vão comprar nada e ainda vão reclamar do atendimento mal feito!

Juiz da aparência

Especialmente para artigos ou serviços de luxo há atendentes que dão pouca atenção ao consumidor que está vestindo roupas simples, ou está trajando roupas ou acessórios de gosto duvidosos. Apesar de desejar e ter dinheiro para comprar, esse consumidor acaba desistindo ou por não gostar do atendimento ou em alguns casos a total falta dele.  Apesar de ser óbvio que todo consumidor deve ser tratado de igual forma sem pré-julgamentos ou pré-conceitos, não é isto que ocorre em alguns lugares. Tenha certeza este profissional pode se arrepender amargamente de seu erro, pois pode perder sua comissão e ainda o emprego!

Agora se já é um cliente, o atendente deve engolir os comentários desnecessários, os sorrisinhos maliciosos e de escárnio para garantir sua gorda comissão!

Nunca, nunca ofereça o que o consumidor não pediu a não ser que ele peça!

Outro hábito irritante e que incomoda todo consumidor é o de trazer várias opções que não se adéquam ao pedido. Para piorar, há atendentes que insistem para que o cliente adquira algo diferente do que deseja.

Falta aí, além de “noção”, ser mais minucioso no atendimento. Perguntar para que o consumidor esta procurando aquele produto ou serviço, tentando entender melhor a demanda, só traz assertividade e satisfação. O atendente ainda pode sair rotulado de interessado e inteligente.

Se for cliente então, o profissional deveria se lembrar das ultimas compras ou resgatá-las, para oferecer o que melhor se adéqua aquele cliente em especial.

Não sabe de nada inocente

É frustrante quando o consumidor pergunta algo sobre um produto ou serviço e o atendente não sabe responder. É obrigatório que todos conheçam a empresa em que trabalham. Mais vendas poderiam ser feitas se os profissionais conhecessem melhor as mercadorias e os serviços oferecidos pela empresa. Seria ter o mínimo de interesse, no pior dos casos.

Também é muito importante saber o que há no estoque, como o produto/serviço funciona, para que serve e, inclusive, quais outras mercadorias ou serviços poderiam complementá-lo. Saber do que se está falando já é 50% da venda efetuada.

Neste caso só existirão clientes se alguém souber lhes dizer o que há para vender.

Zen paciência

A impaciência de atendentes irrita o consumidor e faz com que ele deixe de adquirir o que quer que seja. Apressar o consumidor enquanto ele escolhe ou explica o que deseja, deixam-no incomodado e insatisfeito, afinal todos querem ser únicos, mesmo que por um pequeno espaço de tempo.

O profissional precisa atuar como um consultor de vendas, principalmente quando o consumidor tem dúvidas em relação à compra. E, para oferecer a melhor solução para o consumidor, é preciso ouvi-lo!

Para o cliente então, este tipo de atendente é como mostrar a cruz para um capeta.

Atende 3 ao mesmo tempo

Nada mais chato que um atendente que fala com um consumidor, com outros dois clientes, atende ao telefone e pede pra esperar um pouquinho, enquanto chama outra pessoa ou se distrai com qualquer um que o interrompa.

Além da cara de bocó que o consumidor fica no meio de todo o tumulto criado por este profissional sem foco, a irritação é eminente e a saída a segunda opção mais rápida e viável.

Este atendimento costuma ser muito comum em lojas ou serviços populares, e chamar a atenção do atendente é o que comumente se usa, mas nem sempre resolve! Se for para comprar apenas um copo d’água, tudo bem…..

Clientes destes locais? Só os sem opção!

Assobia e chupa cana

Atendentes que querem fazer tudo e ao mesmo tempo acabam não fazendo nada. Atender bem requer dedicação, tempo, observação e questionamentos, sem ser invasivo. Todos os consumidores querem ser atendidos adequadamente, não dá pra ter um profissional que é telefonista, vendedor, caixa e empacotador.

No fim não faz nada direito e ainda perde um cliente em potencial, não só pela falta de dedicação, mas pelo excesso de tarefas.

Neste caso clientes também são difíceis de encontrar, afinal ele não sabia quem deveria atendê-lo.

Trilogia 2 :Vocabulário inadequado, intimidade excessiva e visual desconexo

Nada mais desagradável que um atendente chamar o consumidor de mano, cara, princesa, bem, linda e ainda dizer que está com tudo em cima, cheinha, inteiraça ou qualquer adjetivo na mesma linha. Para completar o quadro esdrúxulo, falar palavrões e estar vestido com roupas inadequadas ou que não combinam com a empresa a qual trabalha, completam o quadro de filme de terror.

As aparências não devem ser julgadas por parte dos atendentes, mas o mesmo não vale para os próprios. Quando a empresa não tem uniforme, o que impede em muito estas discrepâncias fashions, vestir-se de forma a não comprometer a própria imagem e a da empresa é um passo básico e sábio.

Consumidores são analíticos e julgam com muito mais veemência do que os atendentes, simplesmente pelo fato de que são ELES que definem aonde vão adquirir produtos e serviços.

Para o cliente, aqueles que usam roupas, sapatos, acessórios da marca que vendem ou apresentam-se de forma que combine idade, estilo e moda com a “cara” da empresa, torna-se um diferencial, às vezes uma identificação com a marca. Neste caso o saldo sempre é positivo.

O bonzão              

Empresas e colaboradores que pensam que são melhores que a concorrência, podem quebrar a cara.

Além da desagradável mania de comparar-se o tempo todo com o concorrente para melhor, a comparação não é estimulante e geralmente espanta os consumidores.

Denegrir os produtos ou serviços de empresas concorrentes, não é ético e não resulta em boas vendas, toda empresa deve argumentar e defender suas qualidades, mas não deve usar a concorrência como trampolim.

O consumidor pode ficar desconfiado e querer conferir. A empresa pode perder um novo cliente e ainda dá-lo de bandeja para aquela o qual denegriu.  Além do mais pedantismo está bem fora de moda!

 

Há muitos outros tipos, certamente você, caro leitor, deve conhecer mais alguns que engrossariam esta lista.

Reafirmo que as empresas precisam investir continuamente em treinamentos, na qualificação de seus colaboradores e em canais de comunicação com o cliente, os clientes por sua vez, devem usar todos os canais disponíveis para incentivar ou criticar os erros cometidos.

Cada um fazendo a sua parte, todos ganham no final.

 

Image courtesy of Idea go / FreeDigitalPhotos.net

Serviços de Luxo, Eu quero!

Padrão

ID-100236140Dando continuidade ao assunto neste artigo vou abordar o mercado de luxo no setor de serviços.

Claro, minha área predileta não poderia deixar de ser contemplada com tema tão, digamos, glamouroso, mas não esquecendo de reforçar o conceito abordado em artigo anterior – “Marketing de Serviços dando o recado” de fev/14 – o qual “todas as empresas estão em serviços, apenas muda a intensidade da área de frente ou de apoio” de Theodore Levitt, que é muito consistente, logo posso concluir, tranquilamente, que não há venda de produtos sem serviços.

Mas, neste artigo, vou me ater às empresas prestadoras de serviços de luxo como core business.

Encontramos no mercado brasileiro uma boa lista de empresas que se dedicam a oferecer diferenciais aos seus clientes. Estamos falando de hotéis, spas, restaurantes, agências de turismo, construtoras, serviços de transporte, shopping centers, clubes e até hospitais além de agências criadas especialmente para atender aos desejos dos seus clientes, um tipo de personal luxury preparadas para realizar sonhos. São inúmeras especializando-se no mercado de luxo, procurando diferenciarem-se da concorrência, mas principalmente encantarem um público-alvo específico. Também cresce a oferta de serviços de consultoria para o mercado de luxo, que vai desde o estudo de viabilidade de um negócio até treinamentos para equipes de atendimento. Os investimentos crescem na mesma proporção.

Como abordei no artigo anterior – “É um luxo só ou é só luxo”, o mercado de luxo tende a crescer e o luxo faz parte da expectativa do consumidor. Produtos e serviços de luxo alcançam o sentimento do excepcional, ativam percepções totalmente emocionais e falam essencialmente pelas sensações. Estima-se que dos $ 1,8 trilhão gastos no mercado de luxo em 2013, $ 1 trilhão tenham sido gastos com serviços (BCG).

Mas vamos esclarecer como diz Carlos Ferreirinha, consultor para o mercado de luxo, “todo produto/serviço de luxo têm prestigio e conceito premium embutido, mas nem todos os premiums são luxo”. Explico: o objetivo para tornar produtos/serviços premium tem muito a ver com a elevação de categoria, com a busca da qualidade diferenciada, muitas vezes um ação de marketing bem bolada. No entanto isto não os torna “luxuosos”.

Apesar da expectativa de que os serviços de luxo cresçam ainda mais no Brasil, é necessário levar em conta as dificuldades do mercado brasileiro. Para empresas internacionais virem para o Brasil ou pensarem em expandir sua rede ainda é muito complexo, burocrático, as regras não são lineares e é muito oneroso, tanto na questão das taxas de importação quanto na contratação de mão de obra. O custo é muito alto, mas é um mercado emergente e com muito potencial. Claramente o problema não está na capacidade de consumo e sim na instalação de marcas de luxo no país.

Por outro lado, os serviços prestados pelas empresas nacionais precisam ser melhorados, a demanda é grande e a busca pela diferenciação não está ligada apenas as classes ricas e emergentes, todo consumidor quer ser tratado como rei ou rainha, isto é básico.

Os serviços de luxo crescem na proporção em que são satisfeitos os desejos dos clientes, quando são de extrema qualidade, impecáveis, diferenciados e personificam emoções. Não há segredo ou fórmulas mágicas, é necessário dedicação, controle e objetivos claros, entre outras atribuições, mas principalmente a persistência em fazer o cliente se sentir único. Este é o pulo do gato!

Vamos torcer para que não só os serviços de luxo alcancem este patamar, mas todas as empresas prestadoras de serviços, pois luxo mesmo é sobreviver neste mercado!

 

Reflita: “O luxo pode definir-se fisiologicamente: a arte de nos alimentarmos pela pele, pelos olhos, pelos ouvidos, pelas narinas e pela imaginação” – Pierre Proudhon

 

Leia também:

http://www.businessreviewbrasil.com.br/lifestyle/health-fitness/servicos-de-luxo-em-hospitais-uma-nova-tendencia

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/08/02/shoppings-de-luxo-de-sao-paulo-oferecem-mimos-para-atrair-endinheirados.jhtm

http://vilamulher.com.br/dinheiro/financas/servicos-de-luxo-disponiveis-24-horas-5-1-38-250.html

http://luxurylab.com.br/2014/03/02/da-experiencia-do-consumo/

http://economia.ig.com.br/empresas/comercioservicos/2013-04-21/industria-do-luxo-cai-na-real-no-brasil.html

http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI244135-18055,00-O+FUTURO+DO+LUXO+NO+BRASIL+ESTA+NO+CRESCIMENTO+DA+CLASSE+C.html

Image courtesy of sritangphoto / FreeDigitalPhotos.net

É um luxo só ou é só luxo?

Padrão

marca-de-luxoO que são marcas de luxo?

Claro que vem a mente imediatamente marcas como Louis Vuitton, Dolce & Gabbana, Louboutin, Montblanc, Baccarat, Christofle, Bentley, Hermès, Chanel, Prada, Bulgari, Fabergè, Porsche, Rolex e tantas outras conhecidas pelos consumidores pelo mundo afora.

O que as tornou marcas de luxo? Qualidade, criatividade, design, confiabilidade, perfeição, preço? Certamente e ainda sofisticação, exclusividade, extrema qualidade e mais recentemente o uso do marketing para que se mantenham nesta posição.

Muitos produtos na antiguidade eram produtos de luxo, como sal e açúcar, por exemplo, hoje são comuns, pertencem a uma lista de produtos básicos, na maioria dos países. Mas o que ocorreu com eles? Historicamente, a oferta e a produção dos mesmos passaram de restrita a larga escala, conseqüentemente mais fácil de encontrar, mais fácil de comprar, o preço diminuiu. Para muitos produtos foi isto que ocorreu simplesmente a evolução dos tempos.

O que é luxo? No dicionário = suntuosidade excessiva. Vem do latim luxus = excesso, extravagância, magnificência. Também conforme o filósofo francês Gilles Lipovetsky, co-autor do livro O luxo eterno – “antes de ser uma marca da civilização material, o luxo foi uma característica do ser humano em busca da transcendência, da sua não-animalidade.”

Mesmo antes de existir marketing, plano de negócios e estratégia de marca, existiam consumidores e clientes ávidos pela exclusividade e pelo luxo.

Resgatando a evolução histórica, podemos afirmar que do nu a vestimenta de peles de animais para os homens primitivos a função era apenas de proteção. À medida que o tempo passa e o comércio se torna a mola mestra do desenvolvimento, as vestimentas passaram a ter representatividade, como outros objetos, alimentos, essências… Assim, inicialmente o luxo estava ligado às classes sociais, à diferenciação pelos bens materiais, mas também estava ligado a símbolos, atitudes e mentalidades. Muito tempo depois, ainda mantida esta questão do poder econômico, o luxo tornou-se “identidade”.

Apesar de certas dificuldades conjunturais, muitas perspectivas prometem um belo futuro ao luxo; a emergência de novas classes abastadas, a globalização e a abertura da lista dos países relacionados com o consumo de luxo constituem tendências geradoras de um forte potencial de desenvolvimento do setor: o Japão, por exemplo, é agora o primeiro mercado do mundo para as marcas de luxo, o país realiza isoladamente um terço do montante de negócios do setor.

O que a faz as marcas continuarem “de luxo” e não comuns após tanto tempo, sendo hoje de certa forma mais acessíveis (em ponto de vendas e oferta de produtos)? Algumas marcas têm, inclusive, muito mais que 100 anos!

No complexo mercado atual, onde de um lado a distribuição continua seletiva; do outro, desenvolvem-se fórmulas de venda e conceitos de magazines, que se aproximam das técnicas de vendas de varejo. Estas duas tendências coabitam: uma que banaliza o acesso ao luxo e o desmistifica, a outra reproduz o poder de sonho e de atração pelas políticas de preço e imagem.

Mediante estes fatos, ainda conforme Gilles, não existe mais luxo e sim luxos, pois eles podem ter vários graus e públicos diversos. Em nossos dias, o setor constrói-se sistematicamente como um mercado hierarquizado, diferenciado, diversificado, em que o luxo de exceção coexiste com um luxo intermediário e acessível.

Claramente profissionais de marketing tem sua parcela nesta história. Utilizar a publicidade e a propaganda para manter uma marca no topo e torná-la objeto de desejo é um trabalho minucioso, antenado e constante. Criar campanhas e personificar uma marca é um trabalho duro e requer competência.

Esse mercado é muito envolvente, mexe com emoções, com desejos e estes estão em qualquer classe social.

Agora como cada cultura e cada classe social lida com o luxo já é outro assunto e não é só luxo…….fica para outro artigo!

 

Reflita: “O luxo não provoca nem a decadência das cidades, nem a corrupção dos costumes, nem a infelicidade dos homens. Tanto a apologia quanto o anátema pertencem à outra era: resta-nos compreender.” Gilles Lipovetsky

Leia:

http://economico.sapo.pt/noticias/as-10-marcas-de-luxo-mais-valiosas-do-mundo_145058.html

http://www.mustdo.com.br/as-marcas-de-luxo-mais-consumidas-por-brasileiros/

http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT127499-16357,00.html

Conheça:

http://www.abrael.org.br/

http://www.biografiasyvidas.com/biografia/l/lipovetsky.htm