Arquivo mensal: junho 2018

Influenciadores Digitais – Nem sempre é o que parece

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happy-laptop-1-1243207-639x442Recentes pesquisas apontam para a crescente influência na tomada de decisão pelos consumidores quando produtos ou serviços são indicados por influenciadores digitais.

Pesquisa do Instituto QualiBest, por exemplo, identificou o poder dos influenciadores no comportamento dos consumidores. “Um dos dados apurados mostra que eles são a segunda fonte de informações para a tomada de decisão na compra de um produto, citada por 49% dos respondentes, perdendo apenas para amigos e parentes, citados por 57% dos respondentes”(1). Se em 2013 representavam 9% das vendas já em 2017 totalizaram 33%.

A ascensão do Marketing de Influência demonstrou como a produção de conteúdo online é uma poderosa estratégia de comunicação, publicidade e fonte de renda. O que se imaginava tornou-se realidade, o empreendedorismo digital tomou forma e se profissionalizou. Incluir influenciadores digitais na comunicação é uma ferramenta para uma publicidade não invasiva, que gera conexão com o consumidor e estimula uma compra com “assinatura”. Usá-los tornou-se uma estratégia para marcas serem lembradas no ambiente online, tão repleto de distrações e concorrentes.

Mas qual usar? Celebridades, influenciadores ou microinfluenciadores? Geralmente celebridades tem influência, mas não geram muito engajamento. Influenciadores, que podem ser qualquer pessoa desde que tenham muitos seguidores, tratam de temas mais genéricos e podem produzir conteúdos juntos as marcas. Microinfluenciadores por sua vez estão no topo da lista, por conquistar mais engajamento e abordar assuntos de nicho, além de custos menores tem mais chances de gerar comentários em posts que os demais.

O Marketing de Afiliados por sua vez é uma evolução pois tem como objetivo estimular a publicidade descentralizada por meio da recomendação de marcas através de uma rede de influenciadores digitais. Dessa forma, os influenciadores recebem uma comissão pela venda realizada e as marcas ganham relevância e conversão junto aos seguidores (2). Uma versão atualizada e mais clara do ganha-ganha neste meio.

Quando um influencer mostra “seus recebidos” pode sim estar atuando numa estratégia da empresa e receba por isto, seja valores pré-estabelecidos seja comissão de vendas, não é simplesmente um agradecimento público e gratuito. De brindes a valores pessoais a aceitação pelos blogueiros/vlogueiros/youtubers de produtos ou divulgação de marcas/serviços passa por desejos pessoais à defesa de estilo de vida, cada qual com seu próprio interesse e custo baseado no seu raio de influência nas redes sociais.

É inegável o poder desta ferramenta de marketing de conteúdo, como mostram os números das pesquisas, no entanto não devemos esquecer fatores extremamente importantes neste país das maravilhas, o lado negro da força – as empresas dedicadas aos fake seguidores. Rússia, Índia, Espanha e principalmente China são prolíferos em “fábricas” especializadas neste mundo digital, ou seja, qualquer um pode conseguir milhares de seguidores com um tanto de grana. Fácil e indolor engana-se quem acredita apenas no seguidor orgânico e, claro, na publicidade ingênua. Mas não para por aí, criar perfis falsos e seguir pessoas também é uma forma de parecer real, por meio de uma persona minuciosamente elaborada pode-se obter muitas vantagens – ganhar roupas, acessórios, convites para festas, etc.

Os Milleniuns podem se espantar com estas informações, na sua ingenuidade ou desconhecimento, mas quem já está no mercado faz tempo sabe que não existe café grátis!

Por outro lado o crescimento exponencial de influenciadores pode ser questionado graças a soluções tecnológicas e programas que checam a veracidade de perfis. Mas toda empresa checa antes de entrar na onda daquele que faz sucesso nas redes sociais? Quando se trata da reputação de uma marca pode ser mais que dinheiro jogado fora!

É um mercado inconstante e bastante frágil nem sempre ético, também perigoso para empresas que não pesquisam os perfis, comportamentos, afinidades e valores pessoais de seus supostos garotos propaganda. Podem ter um bom resultado ou ser um belo tiro no pé, afinal o que é previsível?

Espuma midiática é uma boa denominação para este momento, encantador, mas efêmero. Todo cuidado é pouco na escolha de uma estratégia de marketing voltada para influência digital. Certamente este mercado mudará ao longo do tempo, vai se acomodar e perder o glamour transformando-se de tendência a mais uma ferramenta possível, cercada dos devidos cuidados corporativos e tecnológicos. É esperar para ver.

 

imagem: https://pt.freeimages.com

Leia também:

http://premioinfluenciadores.com.br/indicados/

https://www.academiadomarketing.com.br/o-que-sao-influenciadores-digitais/

https://inteligencia.rockcontent.com/influenciadores-linkedin/

https://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/planejamento-estrategico/36362/o-que-falta-para-amadurecer-o-mercado-de-influenciadores-digitais.html?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=news+15.06.16

https://marketingdeconteudo.com/tipos-de-influenciadores/

Fontes

(1) http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/2018/06/07/influenciadores-ja-sao-a-segunda-fonte-para-tomada-de-decisao.html

(2) https://digitalks.com.br/artigos/influenciadores-digitais-entenda-quem-sao-porque-ganharam-relevancia-e-como-usa-los/