O Dia do Cliente surgiu no ano de 2003, no Rio Grande do Sul. Seu criador foi o especialista em Marketing e em Recursos Humanos, João Carlos Rego. O raciocínio que levou à criação da data comemorativa se deu partindo da premissa de que os clientes são o maior motor do mercado, responsáveis pela existência das empresas.
Sendo assim, identificando a importância de homenageá-los, João Carlos Rego escreveu artigos defendendo a ideia e os enviou para câmaras de vereadores e assembleias legislativas de todo o Brasil. A data entrou no calendário de algumas cidades e estados e, em setembro de 2019, o Dia do Cliente foi definido pela Câmara Federal, em Brasília – comemorado no dia 15.
A quantidade de dias comemorativos que possuímos no tradicional calendário nacional chega a 1.400 datas, com dia para tudo quanto é assunto, mas a grande maioria destes dias não tem uma função mercadológica, servindo apenas como forma de homenagem a algo/alguém, ainda bem!
E qual a real utilidade de termos um dia para lembrar o cliente? É para as empresas fazerem alguma homenagem? Para fazerem ofertas específicas?
Já tratei deste assunto aqui sob outra ótica em artigo de 2017, vale reler (https://comunicaeblog.wordpress.com/2017/09/)
Normalmente recebemos poucas comunicações com este tema nesta data. Todas as mensagens geralmente tem o básico, o agradecimento por ser cliente da marca e um link para uma “oferta específica”. Estas mensagens pecam no seu objetivo mercadológico, já que são, na sua maioria, apenas comerciais, sem nenhum cuidado com segmentação e personalização.
O que parece mesmo é que a grande maioria das empresas não conhece ou mesmo não considera o dia 15 de setembro tão importante assim a ponto de justificar uma ação, muito menos de usá-la corretamente.
Vale ressaltar que a construção do relacionamento com o cliente deve existir durante o ano todo e sempre e não apenas em alguma data especial, ainda mais se esta lembrança for motivada por um interesse unilateral, a venda. Parece que é aí que mora o erro.
Implantar e gerenciar o relacionamento com o cliente leva tempo e dá trabalho, a paciência é um fator relevante para bons resultados, mas infelizmente este atributo está em extinção em grande parte das empresas e falar em longo prazo pode ser uma afronta no meio corporativo. Enquanto isto não mudar, pouco importará o Dia do Cliente.
Clientes acima de tudo são pessoas, são únicas e não números. Personalizar as ações, tratar o cliente como único, usar as informações pessoais para direcionar as ações corretamente, comunicar-se com ele, ouvi-lo, entender suas necessidades e suas prioridades, tratá-lo bem, bem como ter como regra básica surpreendê-lo podem gerar resultados bem mais proveitosos do que ações voltadas exclusivamente para vendas.
Estamos vivendo o momento que o cliente valoriza muito mais o cuidado e a atenção que a empresa dispensa para com as pessoas que uma vantagem financeira propriamente dita. Basta conferir as pesquisas anuais e verificar o quanto ainda os clientes estão carentes de atenção.
Resta-nos torcer para que as empresas acordem e que possamos realmente comemorar verdadeiramente o “nosso dia”, todos os dias!
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