Arquivo mensal: maio 2021

A volta dos que não foram

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Como profissional de marketing há mais de 25 anos, é necessário, em certos momentos, que nós, profissionais sérios, tenhamos que colocar uns pontos nos is.

Acompanhando o mercado o marketing evoluiu e já passou por várias etapas, do marketing 1.0 ao 6.0 – o conceito mais atual.

Até aí tudo certo e baseado no conceito, a partir do 4.0, o marketing digital está em todo lugar, inclusive sem o qual não é mais possível que as empresas sobrevivam no mercado do mundo da internet.

Mas, temos uma importante reflexão a fazer, o que vem sendo falado sobre o marketing digital e seus gurus de plantão não é 100% verdade. Inclusive já coloquei meu ponto de vista em artigos anteriores. Importante sem dúvida, tudo jamais!

Ultimamente tenho deparado com várias “novas teorias”, “novas formas de conquistar clientes”, “novos canais de comunicação”, “novas fórmulas do marketing”, entre outras denominações, no mínimo deja vu.

Explico: o Marketing tradicional, raiz mesmo, aquele baseado no papa Philip Kotler – Administração de Marketing – é a base indiscutível para todo o Marketing. Significa que a análise, o planejamento, a implementação e os controles são passos imprescindíveis e fundamentais para toda empresa.

A partir deste conceito o Marketing como um guarda chuva abre um leque de ações específicas, as quais visam determinado público ou resultado: marketing de relacionamento, esportivo, social, político, digital, de comunidade, viral, de conteúdo, de produto, de experiência, geomarketing, de afiliados, direto, de fidelização, institucional, de causa, sensorial, neuromarketing……e por aí vai.

O que me espanta é que o marketing tradicional vem sendo esquecido, somado aos “gurus ou especialistas de plantão” que afirmam categoricamente que o marketing digital é o único caminho a ser tomado!

Sinto afirmar caros leitores, mas eles estão redondamente enganados. Não existe marketing online sem o offline.

Marketing de Comunidade e o Referral (?) são os hits do momento. Nada mais são que um canal aberto para os consumidores falarem o que desejam e pensam da marca, dos produtos ou serviços e o famoso boca a boca. Colocar novos nomes nas velhas e boas fórmulas é, no mínimo, um “embromation” com cara de quero parecer hipster.

O velho e bom marketing está de volta, com nova roupagem e maquiagem, pois as fórmulas mágicas de “gurus” ou supostos especialistas de marketing dos últimos tempos, não vingam! Na verdade nunca foi modinha, sem a base do marketing nada se constrói ou sustenta.

Fiquem atentos caros leitores, não se enganem e não caiam em qualquer conto do vigário.

Imagem de Free-Photos por Pixabay 

Redes Sociais, Basta!?

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Se por um lado o digital vem facilitando a vida das pessoas e se tornou essencial para os negócios no último ano, por outro o excesso de informação (infodemia) e o ambiente tóxico podem ter prejudicado a permanência  de muitas pessoas, levando-as a repensar se vale a pena continuar nas redes sociais.

Um exemplo recente foi o vivido pelo jogador de futebol francês aposentado Thierry Henry, que abandonou as redes sociais devido ao cyberbullying e ao racismo. Deletar a própria conta no Instagram, Twitter ou Facebook vem se tornando desejo de muitas pessoas em todo o mundo, como aponta a pesquisa realizada pelo Reboot Online (https://www.rebootonline.com).

Os americanos são os mais propensos a abandonar a mídia social, em segundo lugar está a Índia seguida pelo Reino Unido, Canadá e Austrália. O Brasil está em 28º lugar.

No campo pessoal a decisão é simples, mas como as empresas devem lidar com esta situação e não serem tóxicas?

Esta aí uma controvérsia, se por um lado há a indicação de se publicar muito e cada vez mais, por outro lado o volume acaba por distrair demais os usuários. É necessário avaliar a frequência de disparos para que a marca ao invés de ser lembrada não ganhe repulsa. Todas as empresas querem criar conversas e surfarem no assunto do momento, o tempo todo, porém tudo que é demais enjoa.

Selecionar as pautas pode colaborar para que a marca seja relacionada a temas específicos ou que levem informações que realmente fazem a diferença entre um milhão de outras, bem mais produtivas para ela e para a audiência. Para que isto ocorra são necessários estudos e conhecimento das ferramentas,  das mídias ( esquece os falsos “gurus do marketing digital” ) e do público alvo ou clientes.

Usá-las adequadamente – o que, quando, como, para quem – significa fazer valer a pena o tempo gasto pelo consumidor nas redes sociais. Não só de memes, vídeos engraçados, “celebridades” ou influencers da moda vivem as marcas, muito menos as torna atraentes ou relevantes. Buscar os conteúdos que são importantes para a audiência da marca é um caminho que tem poucas chances de dar errado.

Uma coisa é certa, o furor pelas mídias sociais tem caído e dentro deste período pandêmico, muitas pessoas estão buscando sua sanidade mental e sua paz, dando valor a sua privacidade, sua intimidade e o que a faz feliz, principalmente diante de um quadro assustador e triste quanto o que vemos no mundo durante este 1 ano e meio praticamente, sem data para terminar.

Para as empresas todo cuidado é pouco, momento de serem empáticas, solidárias e verdadeiras. O consumidor não está perdoando muita coisa!

Um momento de reflexão para todos.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay