Nos artigos anteriores falei dos atuais consumidores e os que estão por vir brevemente, mas e os da terceira idade?
Diferente do que se imaginam, os atuais “vovôs” são consumistas vorazes e a tendência é de crescimento. Claro que não estou falando apenas de medicamentos, produtos de higiene e planos de saúde, estou falando de lazer e serviços destinados a este público específico.
De apartamentos adaptados, jogos para a mente, seguros e serviços associados, viagens, clubes, casas de repouso, clínicas, agência de cuidadores, cursos, academias, empresas especializadas em lazer cultural e até franquias de serviços são tendências que a meu ver não têm volta.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a média de idade da população brasileira deve aumentar. Atualmente, cerca de 19,2 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais, o que representa 9,9% da população do país. Em 2020, este número subirá para 13,6% e, até 2050, serão 64 milhões de pessoas nesta faixa etária, totalizando 29,7% da população nacional. Em 2012 calculava-se que o rendimento deste público chegaria aos $400 bilhões (fonte G1 Economia).
Talvez hoje a população nesta faixa etária não tenha condições de contratar toda a gama de produtos oferecidos no mercado, talvez poucos possam, mas a perspectiva é que em um prazo de 5 anos com a nova geração de idosos, isto possa ocorrer realisticamente. Contudo, cabe ressaltar que, os idosos diferem quanto ao comportamento de compra, e que isto se deve não somente às diferenças cronológicas, mas também às diferenças, biológicas, psicológicas e sociais.
Mas está claro que hoje o aposentado não significa parado. Não só estão interessados em atividades ligadas ao bem-estar e qualidade de vida, como em educação e também em postos de trabalho. Não podemos esquecer que recentemente, nos anos 90 e início de 2000, muitas famílias tiveram suporte dos pais aposentados para superar suas dificuldades da crise no mercado de trabalho.
Sem entrar em detalhes, no Brasil o comportamento do idoso é totalmente diferente dos EUA ou Europa, seja pela dependência de filhos – principalmente no nordeste de forma cultural – seja pela dependência dos rendimentos da aposentadoria e dos cuidados de parentes.
Mas apesar deste consumidor despertar interesse, os profissionais de marketing devem estar cada vez mais atentos para compreendê-lo e encontrar formas mais apropriadas de se comunicar com esta fatia da população, apresentando corretamente as soluções dedicadas à suas necessidades. Penso que o processo está lento demais, atrelado muito mais as condições econômicas do idoso brasileiro do que a percepção da mudança do perfil deste consumidor.
De fato, pesquisas apontam muitas mudanças comportamentais. O idoso de hoje não pode ser comparado, de forma alguma, a maioria dos avós de anos atrás. Muitos são indivíduos com dinheiro para consumir, com nível de exigência e instrução alto, que acompanham a moda e desejam lazer com qualidade, consequentemente essas pessoas já são vistas como um mercado consumidor solidificado.
Mas quantas propagandas você vê para o idoso? Quantos serviços especializados você conhece? Quais produtos se encontram no mercado destinado ao idoso? Aonde você os encontra? São muitas perguntas sem respostas imediatas, só sabe quem tem idoso em casa, mas os potenciais e principais consumidores não tem as informações de forma simples, acessível e clara.
Nós, profissionais de marketing, não podemos dormir de touca!
Conheça:
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/98301/estatuto-do-idoso-lei-10741-03
Leia também:
http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-nova-terceira-idade-brasileira/80537/
Image courtesy of Ambro / FreeDigitalPhotos.net