Arquivo mensal: julho 2014

Melhor Idade Melhor momento

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ID-10029568Nos artigos anteriores falei dos atuais consumidores e os que estão por vir brevemente, mas e os da terceira idade?

Diferente do que se imaginam, os atuais “vovôs” são consumistas vorazes e a tendência é de crescimento. Claro que não estou falando apenas de medicamentos, produtos de higiene e planos de saúde, estou falando de lazer e serviços destinados a este público específico.

De apartamentos adaptados, jogos para a mente, seguros e serviços associados, viagens, clubes, casas de repouso, clínicas, agência de cuidadores, cursos, academias, empresas especializadas em lazer cultural e até franquias de serviços são tendências que a meu ver não têm volta.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a média de idade da população brasileira deve aumentar. Atualmente, cerca de 19,2 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais, o que representa 9,9% da população do país. Em 2020, este número subirá para 13,6% e, até 2050, serão 64 milhões de pessoas nesta faixa etária, totalizando 29,7% da população nacional. Em 2012 calculava-se que o rendimento deste público chegaria aos $400 bilhões (fonte G1 Economia).

Talvez hoje a população nesta faixa etária não tenha condições de contratar toda a gama de produtos oferecidos no mercado, talvez poucos possam, mas a perspectiva é que em um prazo de 5 anos com a nova geração de idosos, isto possa ocorrer realisticamente. Contudo, cabe ressaltar que, os idosos diferem quanto ao comportamento de compra, e que isto se deve não somente às diferenças cronológicas, mas também às diferenças, biológicas, psicológicas e sociais.

Mas está claro que hoje o aposentado não significa parado. Não só estão interessados em atividades ligadas ao bem-estar e qualidade de vida, como em educação e também em postos de trabalho. Não podemos esquecer que recentemente, nos anos 90 e início de 2000, muitas famílias tiveram suporte dos pais aposentados para superar suas dificuldades da crise no mercado de trabalho.

Sem entrar em detalhes, no Brasil o comportamento do idoso é totalmente diferente dos EUA ou Europa, seja pela dependência de filhos – principalmente no nordeste de forma cultural – seja pela dependência dos rendimentos da aposentadoria e dos cuidados de parentes.

Mas apesar deste consumidor despertar interesse, os profissionais de marketing devem estar cada vez mais atentos para compreendê-lo e encontrar formas mais apropriadas de se comunicar com esta fatia da população, apresentando corretamente as soluções dedicadas à suas necessidades. Penso que o processo está lento demais, atrelado muito mais as condições econômicas do idoso brasileiro do que a percepção da mudança do perfil deste consumidor.

De fato, pesquisas apontam muitas mudanças comportamentais. O idoso de hoje não pode ser comparado, de forma alguma, a maioria dos avós de anos atrás. Muitos são indivíduos com dinheiro para consumir, com nível de exigência e instrução alto, que acompanham a moda e desejam lazer com qualidade, consequentemente essas pessoas já são vistas como um mercado consumidor solidificado.

Mas quantas propagandas você vê para o idoso? Quantos serviços especializados você conhece? Quais produtos se encontram no mercado destinado ao idoso? Aonde você os encontra? São muitas perguntas sem respostas imediatas, só sabe quem tem idoso em casa, mas os potenciais e principais consumidores não tem as informações de forma simples, acessível e clara.

Nós, profissionais de marketing, não podemos dormir de touca!

 

Conheça:

http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/98301/estatuto-do-idoso-lei-10741-03

Leia também:

http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/03/23/idosos-estao-na-mira-das-franquias-veja-redes-que-ja-apostam-neles.htm

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomoney/2009/07/02/pais-idosos-ajudam-mais-aos-filhos-financeiramente-do-que-satildeo-ajudados.jhtm

http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-nova-terceira-idade-brasileira/80537/

 

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Publicidade Infantil pode ou não pode?

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ID-10051038Já em 2006 empresas americanas ligadas ao público infantil, assinaram termo de compromisso para o não licenciamento de personagens para alimentos não saudáveis, impondo regras as quais os interessados deveriam cumprir, por vezes, mais rígidas que as da própria indústria alimentícia. Daí para o controle de seus espaços publicitários foi um pulo.

No Brasil não foi diferente muitos Órgãos, Entidades, Associações, Conselhos das mais diversas áreas vem requisitando regras, leis, restrições à publicidade infantil.

Muitas delas coerentes, principalmente quando tratam da saúde e suas endemias. Baseadas em pesquisas, a Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-americana da Saúde vêm solicitando critérios mais rígidos e a regulação da publicidade voltada para o público infantil.

O Conanda – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República publicou, no D.O.U. a Resolução 163/14 que considera abusiva a publicidade voltada para crianças e adolescentes. Aprovada recentemente, em abril deste ano, esta resolução não foi bem aceita por muitas empresas, agências de publicidade e propaganda e por muitos da sociedade civil.

Se por um lado o Conanda quer legislar sob o assunto, os meios de comunicação são contra, alegando que apenas o legislativo tem esse poder. Para o controle já existe o Conar.

Por outro lado os maiores fabricantes do país voluntariamente assumiram o compromisso de modificarem a publicidade de alimentos voltados para o público infantil, mesmo antes da Resolução. No entanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pretende impor, novas regras para a propaganda de produtos com altos níveis de açúcar, sal e gorduras, como chocolates, bolos, bolachas recheadas, salgadinhos e refrigerantes. Os anúncios direcionados para crianças sofrerão restrições ainda mais severas.

Mas aqui não se trata apenas de alimentos, estamos falando de uma gama enorme de produtos e serviços dirigidos ao público infantil.

Fabricantes de brinquedos, roupas, jogos, eletrônicos e bufês infantis, escolas, cursos livres, parques de diversão, acampamentos e tantos outros serviços dirigidos ao público infantil estariam fadados ao fracasso?

Se considerarmos que a medida aprovada pelo Conselho tem força de lei e, a partir de sua vigência, tornará proibido o direcionamento à criança de anúncios impressos, comerciais televisivos, spots de rádio, banners e sites, embalagens, promoções, merchandisings, ações em shows e apresentações e nos pontos de venda, além da veiculação de propaganda no interiorde creches e escolas de educação infantil e fundamental, inclusive nos materiais didáticos e uniformes escolares; sim é possível que muitas não sobrevivam ou amarguem altos prejuízos.

Devemos lembrar também que o uso da mídia online, cada vez mais recorrente, está sendo explorada pelas empresas que dependem delas como uma grande fonte de renda, mesmo que não atreladas diretamente à venda de produtos, mas ligadas em seus conteúdos ao público em questão.

Orientar e regular os fabricantes quanto às necessidades de serem claros quanto aos ingredientes de seus produtos e a necessidade de garantias com a chancela do Inmetro, por exemplo, são bastante compreensíveis e aceitáveis, mas não posso acreditar que a sociedade, de maneira geral, queira impor e delegar a responsabilidade da educação de seus filhos ao governo, ou a órgãos, entidades, conselhos sejam lá o que forem.

Em se tratando especialmente do uso do marketing como ferramenta de divulgação, não é incomum que propagandas sejam retiradas do ar por não terem agradado quem verdadeiramente tem o poder da compra. Este movimento já existe, é legítimo e funciona.

Saindo um pouco da discussão entre órgãos e associações, que me parecem mais brigam pelo “poder” do que pela questão no seu âmago, pergunto: quem compra os produtos?

Então reflita comigo: não é a criança ou adolescente quem faz as compras, paga as contas, sabe aonde aperta o calo ou entende se aquele produto é bom ou não, é você! É necessário que os responsáveis assumam sua responsabilidade, procurem saber mais sobre os produtos que as crianças e adolescentes querem consumir, avaliem os prós e contras, tenham o discernimento para decidir se é o momento correto ou o melhor para eles. E se concluir que não são adequadas, diga Não.

Bem caros leitores continuo acreditando que o bom senso é pai da situação e a decisão a mãe. Há muitas outras formas civilizadas e até eficientes do que leis, ou melhor, a sociedade não precisa de mais leis ela precisa de educação.

Ainda tem muito pano pra esta manga…….

 

Leia também:

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=4&data=04/04/2014

http://www.idec.org.br/em-acao/em-foco/conanda-aprova-resoluco-que-proibe-a-publicidade-direcionada-a-criancas

http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2014-04/resolucao-do-conanda-define-os-abusos-da-publicidade-infantil

http://www.group.com.br/v4/2014/02/18/criancas-e-propaganda-conar/

http://forum.outerspace.terra.com.br/index.php?threads/contra-a-propaganda-infantil.377261/

http://blogs.estadao.com.br/radar-da-propaganda/publicitarios-dizem-que/

http://www.selounicef.org.br/_selounicef.php?op=300&id_srv=2&id_tpc=31&nid_tpc=&id_grp=&add=&lk=1&nti=3869&l_nti=S&itg=S&st=&dst=3

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2014/07/1479585-propaganda-infantil.shtml

http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/04/empresas-de-comunicacao-nao-cumprem-resolucao-do-conanda-que-proibe-publicidadde-infantil-3713.html

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/a-propaganda-infantil-em-debate/

http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/novas-regras-para-publicidade-infantil-comecam-a-valer-hoje

 

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