Arquivo mensal: julho 2021

NFT

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Você sabe o que é?

Eu não sabia até esta semana, ao ler a notícia que uma obra de Picasso foi literalmente incendiada para que virasse NFT. O NFT (Non-Fungible Tokens) é uma tecnologia de tokens não fungíveis. Se usarmos o significado de token como símbolo e aplicarmos o conceito de fungibilidade (um atributo de bens adquiridos que podem ser substituídos por outros similares), podemos entender o NFT como um bem diferenciado, contendo dados que os tornam únicos.

Uma informação diferente gravada em cada ativo NFT o torna um produto diferente dos outros e é por isso que eles não podem ser substituídos. Eles não podem ser trocados por iguais, porque não há dois iguais. Basicamente, é como vemos uma obra de arte.

Sendo assim, um registro NFT transforma basicamente qualquer coisa do universo digital em um ativo único, exclusivo e com autenticidade segura por uma rede blockchain, como criptomoedas.

Sem querer entrar no detalhamento sobre NFT, a reflexão é o por quê?

Porque alguém acredita que incendiar uma obra de arte e vendê-la em forma de NFT vai significar alguma coisa para a humanidade e eternizá-la?

Não só obras de arte vivem no hit do NFT – álbuns musicais, artes digitais, peças de coleção como discos de vinil, gibis e até tweets “descobriram” neste filão uma forma de ganhar dinheiro “fácil” e para mim, totalmente no sense.

Não defendo que apenas o real, palpável e físico tenha valor, artes digitais, quadrinhos, música, fotografia, literatura, entre outras formas de cultura podem sim ter suas versões apenas no digital e por lá serem valorizadas, o que não defendo é a destruição de “arte” em prol de um delírio e suposto comportamento disruptivo, para mim disfarçado de ganância e/ou ignorância e/ou dar cara de público sem o ser, baseado na teoria que a existência passa a ser exclusivamente no universo digital, considerada eterna – será?

“Quando você compra um NFT, o que você ganha? Qualquer um pode salvar uma cópia e você ainda é o dono. Ironicamente, foi o que aconteceu quando uma obra de arte foi vendida como NFT por 70 milhões de dólares. Todos os portais usaram a imagem da obra para dar a notícia. Na maioria das vezes, você só ganha o direito de dizer “isso pertence a mim”, o “direito de se gabar” – afirmou Alex De Vries, fundador do site Digiconomist.

Para mim, não faz nenhum sentido, o ter não é o objetivo, é o vivenciar a experiência que torna a arte bela, os 5 sentidos sendo usados na sua plenitude, ao vivo e a cores então….são inesquecíveis.

Imagine se a moda pega?

No, f*ck that! – leia-se o meu NFT.

Imagem NFT “The Burned Picasso”, edição 2 (Imagem: Reprodução/ Unique One Art Marketplace)

Leia também:

https://tecnoblog.net/419646/o-que-e-nft-non-fungible-tokens/

E agora José? Maria? João? Alguém?

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Desde 2020 a pandemia forçou empresas – aquelas que não estavam ou não usavam adequadamente –  a entrar/usar a tecnologia como ferramenta primordial para negócios.

Porém nem tudo são flores!

Mesmo antes da digitalização do atendimento os Procons já notavam as dificuldades das empresas em lidar com reclamações – essa inabilidade em ouvir, tratar e trazer soluções efetivas já era vista.

Acrescidas às empresas já recorrentes no rol de reclamações, novas surgiram com a pandemia, na sua maioria aquelas que não haviam implantado canais para ouvir seus clientes e logo não sabiam o que fazer. Também a terceirização do atendimento prejudicou esta relação, pois o atendimento não sabe o que a empresa vende ou faz e por isso as reclamações não são resolvidas.

O gestor vê no digital a oportunidade de cortar custos, mas a implementação de tecnologias não substitui a gestão dos problemas e a oferta de soluções para o consumidor, a empresa não pode ser passiva. As tecnologias também trouxeram novas situações de consumo. No ato de tentar fazer uma compra, um clique mal colocado, uma falha na internet ou a falta de informações sobre a compra, trazem confusão a quem não tem familiaridade. Quando a empresa parte para a digitalização eleva a padronização para outro nível, muito maior. Quando acerta é ótimo, mas quando erra é péssimo, pois um erro para um é um erro para todos.

Outro erro comum é esperar que o cliente reclame. Quando se têm dados e gestão, já se sabe o que há de errado. Quando se sabe que o produto não saiu do centro de distribuição, sabe-se que o prazo de entrega não será cumprido. E aí a empresa torce para o consumidor esquecer, espera que um passe de mágica aconteça ou espera ele reclamar para ver o que vai fazer?  Não né!

Quando se trata do serviço de autoatendimento ao consumidor ainda estamos engatinhando. De acordo com uma pesquisa inédita, 70,2% dos brasileiros não tiveram experiências satisfatórias com a utilização de canais de atendimento como FAQ e Chatbot no Brasil. O estudo foi realizado pela empresa de tecnologia NeoAssist, em parceria com a E-commerce Brasil.

Dos entrevistados, 59,5% afirmaram não ter seus problemas solucionados com os serviços de autoatendimento oferecidos pelas organizações, enquanto 35,1% acreditam que tenha sido regular. Porém, 20,7% consideram que essa experiência tenha sido ruim e para 14,4% tenha sido muito ruim. 

O objetivo do levantamento é entender se as soluções de autoatendimento estão cumprindo a sua função de solucionar questões dos clientes de forma ágil e descomplicada. Como envolve uma tecnologia nova, que ainda está em desenvolvimento, existe uma série de melhorias que ainda podem e devem ser feitas. Para a NeoAssist, as marcas precisam entender que um SAC inteligente e eficiente vai além de suprir a demanda do cliente, também é personalizar o atendimento para ele.

A pesquisa ainda aponta que apenas 18% dos consumidores consideram o autoatendimento de instituições bom e 37% afirmaram ter total confiança. Metade (50%) respondeu ainda que têm pouca confiança em canais de autoatendimento (como chatbot e FAQ) e acabam confirmando a informação em algum outro canal; 12% afirmaram que não confiam de jeito nenhum.

Que se apresente aqui quem entrou num chatbot ou atendimento virtual e fazendo questionamentos teve suas dúvidas sanadas. Geralmente robotizados, nunca resolvem o problema em questão e sim nos fazem perder tempo e ficar mais irritados.

Seria bom se tivessem a humildade como um desafio aceito. Reconhecer que errou, mas não porque está em uma lei, e sim porque acredita que seu consumidor merece mais. Seu diferencial está na forma que você vai tratá-lo quando houver um problema. Problema todo mundo vai ter fazer, mas fazer uma progressão retrógrada e com agilidade sanar as matrizes dos problemas que trazem reclamação junto com uma equipe multidisciplinar, esta sim é uma atitude louvável.

Vale ressaltar que os resultados apontados por aqui estão intimamente ligados às pessoas, gestores e responsáveis por setores nas empresas, em especial os que são voltados para o CX e conforme novíssima pesquisa da Zendesk, estes gestores não estão preparados para estes novos consumidores. Em minha opinião já não estavam antes, pois não é de hoje que ao interagir com alguma empresa nas suas mídias digitais não se obtenha uma resposta em 90% dos casos.

Portanto podemos concluir que a maturidade na área de CX ou nos canais de Atendimento, sejam quais forem, ainda estão longe de deixar o cliente satisfeito e isso me faz lembrar o velho e bom ditado: “quem não tem competência, não se estabelece” e a pergunta: E agora José?

Fontes: Consumidor Moderno, Zendesk, Mundo do Marketing.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay