Já foi largamente difundido que criatividade não é inovação, apesar da crença de algumas empresas, pessoas e profissionais do mercado ainda insistirem no contrário.
Criatividade é encontrar a melhor, mais nova e útil ideia/solução e inovação é saber executá-la/implementá-la, portanto criatividade complementa inovação.
Ideias geralmente não interferem e não são disruptivas nas empresas ou nos processos internos, inovação frequentemente sim.
Mas a criatividade leva a inovação? Nem sempre… Muitos criativos não são bons executores. Geralmente empresas que não apoiam criativos sofrem por não acompanhar o mercado, mas as que fomentam a inovação podem morrer, simplesmente porque são coisas diferentes. Pode existir criatividade sem inovação e inovação sem criatividade. O ideal, claro é ter as duas!
Há algumas crenças comuns sobre criatividade como: ser genético, estar do lado direito do cérebro, ser inerente, etc. Na verdade é uma habilidade e uma habilidade que pode ser melhorada ou não!
Muitas vezes há um viés contra a criatividade. As pessoas implicitamente preferem ideias fáceis de entender e conforme as normas sociais, em vez de demoradas, arriscadas ou originais. Eles preferem produtos incrementados a produtos radicalmente novos.
E como incrementar a criatividade?
Aumentando o conhecimento, ampliando e aprofundando as experiências. Viajar, morar no exterior, ler, ver, ouvir, provar, aprender e fazer coisas novas. A chave é variedade.
Pode falhar? Pode, mas significa que você está tentando coisas novas, arriscando. “Aprendendo mais por meio do fracasso” – um clichê, mas geralmente verdadeiro.
Vamos a uma discussão de ideias….
Criatividade em marketing não é uma atividade solitária para criar arte pura, é uma reunião de mentes, personalidades e pontos de vista para desenvolver ideias criativas para um propósito prático (ganhar dinheiro, persuadir, etc). E por que não dão certo?
Geralmente porque não usam processo ou estratégia, confiam apenas na intuição. Não possuem metas, ou são muito vagas e a equipe tem visões diferentes sobre qual é o objetivo final. Difícil de romper com preconceitos e mentalidades. Empresas, gestores e clientes limitam a criatividade “excessiva”.
E como ampliar e diversificar a criatividade da equipe?
Permitir e facilitar a interação entre profissionais, trabalhando com pessoas de outros departamentos, unidades, projetos. Isto permitirá que diferentes ideias, perspectivas e conhecimentos se misturem e potencialmente criem algo maravilhoso, por meio da colaboração e motivação. Permitir que experimentem coisas novas, mesmo que não autorizadas e falhem sem punição. Estabelecer metas e incentivos para levar os profissionais da equipe a níveis mais altos de desempenho, ao mesmo tempo em que se oferecem oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
Liderança transformacional é fundamental para aumentar a criatividade da equipe.
E como ampliar e diversificar a inovação da equipe?
Os estudos mostram quase nenhuma diferença na inovação quando equipes são de 2 ou mais áreas, de outras unidades ou regiões.
A chave é o equilíbrio da equipe de estilos cognitivos.
- Criativos – foco em novas ideias, menos em regras, orientado a riscos – 20 a 30%
- Detalhistas – foco em como, praticidade, menos orientado a riscos – até 10%
- Conformistas – foco na coesão e redução de conflitos, ponte – 10-20%
- Regrados – mistura de estilos de engrenagem – restante da equipe
Liderança transacional é muito mais eficaz do que transformacional no aumento da inovação.
Concentrar em “manter o navio à tona”, processos suaves e eficientes, uso de disciplina e incentivos para o desempenho. Fatores pessoais e individuais têm menos impacto que outros problemas.
Os maiores assassinos da criatividade e inovação são os lideres negativos!
Estudos mostram que os gerentes acreditam (e muitas vezes é verdade) que criticar os torna perante seus superiores, mais inteligentes e é profissionalmente recompensador. Sabemos que nem todas as ideias serão novas ou úteis, mas constante punição, crítica e negação das tentativas e processos para ser criativo e inovador, pode matar qualquer iniciativa. Importante lembrar que também a negatividade pode estar embasada no medo, o medo da mudança.
Gerentes em organizações bem-sucedidas e inovadoras concentram-se muito pouco em recompensas, motivações financeiras ou cargos, ou punições, em vez disso concentram-se na motivação da crítica construtiva, fornecendo apoio e feedback.
Como seria o processo da criatividade para a inovação? Vamos ao exemplo da jornada da ideia, como referência para este entendimento.
Não podemos esquecer, no entanto, que outro erro bastante comum é acreditar que inovar uma vez só basta para sobreviver e se destacar no mercado.
A tecnologia nos possibilitou fazer coisas impensáveis e por isso os ciclos de inovação estão cada vez mais curtos. O que faz sentido hoje, pode não significar nada em pouquíssimo tempo.
Portanto, quem fica parado no tempo e continua apostando em inovações que funcionaram no passado, eventualmente irá sumir do mapa.
É preciso trabalhar constantemente a criatividade e a inovação das equipes, para que maiores e melhores resultados possam acontecer.
Este é um caminho de sucesso.
Imagem: Image courtesy of iosphere at FreeDigitalPhotos.net
Fonte: “A Grand Tour of What We Know about Creativity and Innovation in Business” – Federico de Gregorio, PhD – University of Akron – july 219
Leia também:
https://exame.abril.com.br/economia/a-regra-das-10-000-horas-certas/
Veja exemplos de criatividade e inovação:
https://www.youtube.com/watch?v=AGL3Pz_98xQ
https://www.youtube.com/watch?v=StvAe98BfwY
https://www.youtube.com/watch?v=5a4vE9QgfBA
https://www.youtube.com/watch?v=RqkCVE9H9f8