Arquivo mensal: outubro 2021

Pessoal ou virtual ?

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Que o e-commerce vem crescendo e tomou proporções agigantadas com a pandemia, não se pode negar, mas será que as lojas físicas perderão seu posto de preferência nacional?

Talvez quando as compras estiverem relacionadas a itens de limpeza, higiene, alimentação rotineira, objetos domésticos, produtos de compra reincidentes, vestuário básico, alguns eletrodomésticos, produtos descartáveis, tralhas entre outros, sim o mundo digital vencerá.

Mas quando se trata de produtos com valor agregado e que se torna excepcional com os serviços prestados no ambiente analógico? Seria igual?

Creio que não! Temos muitos casos no Brasil de empresas que mesmo com sucesso no modelo marketplace/e-commerce crescem como negócios no mundo analógico. É o caso da Polishop e do Wine (do grupo World Wine), por exemplo.

Isto só comprova que continua existindo muito espaço para lojas físicas. Só no Brasil, o grande varejo projeta abrir 1.500 pontos de venda em 2021. Mesmo com a imensa aceleração do digital nos últimos anos, as vendas online representam apenas cerca de 10% do varejo brasileiro.

Isso não quer dizer que o varejo não precisa dar atenção ao digital, muito pelo contrário, lojas ultrapassadas, pouco inovadoras e sem integração com o digital tendem a desaparecer, é uma tendência inegável.

O grande diferencial é que a loja física continua sendo o principal lugar de relacionamento dos clientes com as marcas, produtos e serviços. Ela é capaz de entregar uma experiência imersiva e multissensorial, que o digital não consegue igualar.

Como exemplos temos o Boticário Lab – um espaço para viver, sentir e aprofundar o relacionamento com a marca e a Kit Kat Chocolatory –  viver o mundo da marca e personalizar o relacionamento – entre muitas empresas que estão buscando este conceito.

 A loja física também é um centro logístico.

Quando o Magazine Luiza anunciou a inauguração simultânea de 23 lojas, de um total de 50 até o fim de 2021 no RJ, foi uma estratégia focada no aumento da eficiência da sua logística.

Nesta estratégia o estoque das lojas físicas também atende pedidos online. O cliente pode retirar os pedidos na loja (sem pagar frete) ou receber rapidamente em seu endereço (uma vez que o produto pode estar disponível em um local próximo).

No varejo pós-pandemia, essa também é uma tendência importante. No varejo omnichannel, as lojas precisam se converter em mini Centros de Distribuição para reduzir os custos logísticos e dar mais agilidade à entrega de produtos.

 A loja física também é uma incrível fonte de dados sobre os clientes.

Para o varejo, uma das grandes vantagens do digital é a possibilidade de coletar dados precisos sobre os consumidores: quanto tempo eles passam em cada página, que produtos eles olham, quais promoções os atraem, o que os faz desistir da compra, entre outras informações importantes.

A loja física, por sua vez, também precisa se tornar uma fonte de informações reais sobre o comportamento dos clientes, usando-as para um planejamento estratégico adequado.

Agora com o fim das restrições é hora do PDV retomar seu protagonismo. O varejo sempre foi emoção, conexão e relacionamento e a loja física é o melhor lugar para isso acontecer, mas só conseguirá levar o cliente para a loja quem oferecer uma experiência incrível, diferenciada e focada no seu cliente.

Isto também vale para o setor de serviços, que se já era seu ponto forte o contato direto com os clientes, agora ainda mais importante transformar todas as experiências com o cliente em vivências surpreendentes. Nenhum negócio sobreviverá se não enxergar nesta retomada a grande oportunidade para repensar seu negócio, se reinventar e investir nos colaboradores.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay 

O sobe e desce na pandemia

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Que a pandemia trouxe mudanças no comportamento do consumidor, isto é fato!

No início do ano de 2020 a pandemia impactou muitos produtos e as vendas caíram significativamente, entre eles perfumes, sapatos, jeans – muito derivado da versão home Office. Os dados também mostram, por exemplo, queda de 35% de itens como chicletes, balas e chocolates.

Produtos mais caros também apresentaram queda elevada, como iogurte (35%), amaciante (34%) e sucos prontos (31%), durante este período.

Outras categorias que tiveram queda nas vendas estão ligadas a higiene pessoal. Apesar do aumento significativo (e inexplicável) no início da pandemia de 21% nas vendas de papel higiênico,  em abril e maio de 2020 as vendas caíram 29%. Houve queda também em produtos como xampu (12%), condicionador (15%), escova de dente (19%) e desodorante (28%), muito provável por uma mudança de comportamento do consumidor.

Passado o primeiro momento e em decorrência do isolamento continuado, as vendas aumentaram em produtos de tecnologia, computadores, moveis para home office, cadeiras, luminárias, produtos de limpeza e higiene, vinho e em serviços como delivery, streaming, cursos online, serviços digitais, alimentação,  entre outros.

Segundo o artigo do E-commerce Brasil, já o primeiro trimestre de 2021 teve alta de 57,4% em comparação com o mesmo período do ano passado e as categorias que mais se destacaram foram: telefonia (21,2%); eletrodomésticos (17%); moda e acessórios (+ 16,5%); beleza, perfumaria e saúde (+ 15,2%) e entretenimento (+ 12,6%).

O artigo tem com base o relatório de vendas realizadas desde o começo deste ano até as promoções de datas sazonais, como o último Dia do Consumidor.

Os produtos mais vendidos foram:

  • Máscaras
  • Moda Fitness/ Comfy Clothes
  • Remédios para gripe e resfriados
  • Produtos para o cabelo
  • Games
  • Filmes, livros
  • Computadores, notebooks e smartphones

Com a volta pouco a pouco das atividades outside, talvez algumas categorias e as vendas mudem de perfil ou cheguem ao seu ponto de equilíbrio, mas certamente houve mudanças significativas nos hábitos de compras dos consumidores entre 2020 e 2021 e que as empresas devem acompanhar de perto.

Uma coisa é certa, o e-commerce se fortaleceu e deve continuar em ascensão nos próximos anos, indiscutivelmente.

Vamos continuar de olho.

Imagem de Mike Ljung por Pixabay