Arquivo mensal: outubro 2014

Marketing Político, Marketing Partidário, Marketing Eleitoral, Marketing Governamental – tudo junto e misturado

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ID-100267389Neste final de semana teremos o resultado final das eleições 2014. Ganhe quem ganhar, uma parcela da vitória vai para os marketeiros políticos, mais conhecidos como assessores dos candidatos.

Assim foi em campanhas anteriores, quando se descobriu que o marketing também podia ser usado neste viés. Tem-se como referência, no Brasil, a campanha de Adhemar de Barros a governador do Estado de SP em 1947 como a primeira que usou técnicas promocionais, mudando definitivamente o modelo eleitoral daí em diante. (*)

O estudo do Marketing Político é de certa forma recente, apesar de sua existência remontar à Grécia antiga, na formação das polis.

As inter-relações entre estes “marketings” ficam bem claras neste gráfico (*)

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Sem entrar em detalhes técnicos, o que importa aqui e hoje é como este emaranhado de ações está sendo praticado neste país.

Como falar, o que falar, que dados apresentar ou sob que ângulo demonstrá-los faz a diferença na visão e na opinião dos eleitores. Postura, palavreados, menções, expressões, apoiadores, depoimentos e claro, campanhas publicitárias nas mais diversas mídias incrementam o grande balaio das eleições.

Separando o joio do trigo, pois sinceramente usar o horário político gratuito não é de forma alguma local para palhaçadas, brincadeiras de mau gosto, candidatos com nomes alusivos a terroristas, personagens de ficção ou de artistas conhecidos. Usar também do fato de ser uma pessoa pública ( sem propostas) não é um caminho aceitável para ser candidato a cargos públicos, mas infelizmente é o que ocorre no país e pior são eleitos.

Voltando a questão do marketing, me parece inapropriado que marketeiros estejam mais preocupados em eleger seus clientes do que o que eles realmente pretendem fazer, se eleitos. Marketing deve ter princípios, da mesma forma que agências optam por não anunciar bebidas, cigarros, governos e candidatos, entre outras restrições. As que aceitam devem primar pela verdade, pela propaganda honesta, calcada em valores e nas qualidades e programas dos candidatos e não no vale tudo. Se o fazem são cúmplices, parceiros, responsáveis pelo que fazem. Seria o mesmo que vender soluções que não funcionam, remédios que não curam, carros que não andam, roupas que usam mão de obra escrava, produtos que poluem, ou seja, inverdades, enganação ou no mínimo antiéticos.

“O vale tudo” não é aceito quando se pode prejudicar consumidores, quando o pensamento e a ação são baseados em: “depois a gente vê”, “se não der encontramos uma desculpa”. Vender sem ser correto é enganar o consumidor e consequentemente ser corresponsável por isso, ou será que eles nada têm a ver com tudo isto?

Este tempo já passou, as agências de publicidade e o marketing são responsáveis pelo que vendem, pois devem conhecer o produto e o cliente, pesquisar a concorrência, entender os diferenciais, não é a toa que a maioria não mete a mão nesta e em outras arapucas, seja por princípios seja por falta de clareza ou de licitude! A população também mudou, está mais esclarecida, mais exigente, mais crítica e antenada.

De qualquer forma, fazer marketing político não é crime, desde que honesto e pertinente! Nem o marketing governamental, desde que a mensagem seja relevante e em prol do cidadão e não usando dinheiro público para se auto-elogiar. Muita coisa ainda está muito errada neste quesito.

Neste momento específico o que merece atenção é o marketing eleitoreiro com objetivos imediatistas, que nem sempre prima pela veracidade dos fatos ou que se preocupa mais em atacar os concorrentes do que apresentar programas de governo.

Não é isto que nós cidadãos queremos, queremos clareza, verdades, propostas, projetos concretos, compromissos e claro resultados!

Então vamos juntos fazer uma reflexão crítica: você acha que o uso do marketing político, na sua forma mais ampla, é politicamente correto?

Parece até redundância…..mas eu tenho cá minhas dúvidas!

E você?

 

Veja também alguns vídeos de campanhas políticas:

http://www.youtube.com/watch?v=1twju3_OaGk

http://www.youtube.com/watch?v=qicEi2N4Arc

http://www.youtube.com/watch?v=gOCxJSkKsLM

http://www.youtube.com/watch?v=pOe0cl2T7p4

http://www.youtube.com/watch?v=8eiThSrJDFw

 

Leia também:

http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/ponto_de_vista/2014/10/16/O-que-as-eleicoes-podem-ensinar-as-marcas.html

(*) Marketing Institucional O mercado de Ideias e Imagens – Gil Nuno Vaz – Editora Pioneira.

texto de hoje 24/10/14  http://tvuol.uol.com.br/video/saiba-como-marqueteiros-influenciam-candidatos-durante-osdebates-politicos-0402CC19336ED0915326

Image courtesy of Stuart Miles at FreeDigitalPhotos.net

Valor da Marca ou Marca de Valor?

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ID-100179127Temos presenciado um movimento de negócios pelo mundo, onde marcas conhecidas, renomadas ou com alta rentabilidade tem sido foco de interesse de grandes empresas ou conglomerados, para aquisição das mesmas.

Recentemente houve a aquisição da Heinz, Burguer King e anteriormente outras como Lojas Americanas, AMBEV e São Carlos Participações, pela empresa 100% nacional a 3G Capital.

A multinacional chilena SONDA adquiriu a CTIS e a Procwork brasileiras, a francesa Pars entre outras, voltadas para a área de tecnologia.

Recentemente a Dudalina, foi comprada pela Restoque, uma rede varejista responsável pelas marcas Le Lis Blanc e Bô.bo, tornando-se a maior rede de moda de alto padrão do país.

Quem acompanhou o trajeto da Dudalina ou leu sobre a empresa e seu crescimento, talvez nunca imaginasse que ela seria comprada por alguma empresa do mercado nacional ou internacional. Nascida na década de 50, talvez de forma improvisada e inesperada, a Dudalina se tornou uma empresa familiar com muita história pra contar e com a obstinação de sua presidente Sonia Hess. Cresceu tanto que hoje tem mais de 2.500 colaboradores e cresce 30% ao ano, além de já ter se internacionalizado, vendendo sua linha de produtos de moda feminina para países europeus. Isto tudo não foi nada fácil, foram anos de suor e lágrimas.

Como negócio as aquisições e fusões são normais e oscilam conforme o mercado aponta vantagens e momentos propícios para grandes negócios, no entanto não é possível deixar de pensar na expressão de que tudo tem seu preço.

Assim algumas empresas possuem histórias, por vezes longas e penosas, criam uma imagem e agregam valor a sua marca, mas apesar disto são compradas com acenos polpudos de dinheiro. Os valores apenas são monetários?

Sônia Hess é presidente da Dudalina desde 2003 e tem como missão deixar, de legado, a grande história da Dudalina para o mundo: “Esse é o meu sonho: perenizar a empresa e o nome dos meus pais” – declarou em entrevista ao http://obrasilquevaialem.apexbrasil.com.br/, em maio deste ano.

Apesar de continuar no comando, o que também acontece com outras empresas, até aonde os valores que nasceram com a empresa e nortearam as ações como um mantra serão mantidos?

Muitas empresas nascem, crescem e procuram valorizar seu negócio não apenas com árduo trabalho, mas também na qualidade de produtos e serviços, diferenciação, foco e por muitas vezes diretrizes baseadas em ensinamentos passados de pais para filhos, de formação educacional e de caráter e de muita persistência.

Assim, talvez o marketing tenha que repensar seus conceitos de valor de marca afinal tudo se resume em cifrões. Toda empresa possui um valor de mercado. Assim, pensar numa empresa e no seu futuro vai imputar aos profissionais de marketing uma meta clara, criar uma marca reconhecida e adorada por seus acionistas, colaboradores, clientes e consumidores transformando-a no seu maior poder – o branding – e altamente rentável – o business.

Não há espaço para romantismo, o tempo às faz se reinventar, inovar, repensar seus produtos e serviços o tempo todo. Familiares, nascidas da necessidade ou de ideias oportunistas a forma que se deve pensar e gerir um negócio os torna de certa forma insensíveis , apesar do histórico, dos conceitos ou da vivência. Desta forma o discurso de algumas não fica no extremo oposto da prática, como parece.

Valor de marca ou marca de valor no frigir dos ovos tem o mesmo sentido no mundo dos negócios e é nele que vivemos!

 

Leia também:

http://www.valor.com.br/empresas/3720758/restoque-compra-dudalina-e-deve-colher-enorme-ganho-fiscal

http://www.valor.com.br/empresas/3719586/restoque-anuncia-incorporacao-de-100-das-acoes-da-dudalina

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/lemann-se-consolida-como-o-brasileiro-mais-rico-e-eike-desaparece

http://www.baguete.com.br/noticias/14/03/2014/sonda-leva-ctis-por-r-485-milhoes

http://revistadinheirorural.terra.com.br/secao/agronegocios/como-o-friboi-dominou-o-mundo

http://veja.abril.com.br/blog/mercados/alimentos-e-bebidas/friboi-o-curioso-caso-do-controlador-fantasma/

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Caldeirão Explosivo

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ID-10018015Nas minhas leituras diárias, deparo com artigos muito interessantes e entrevistas com empresários jovens ou não, negócios novos ou não, declarando sobre o árduo trabalho e a dedicação que empenham no seu dia a dia, que por vezes possuem “mais de 24 horas”, sem férias, descanso, totalmente empenhados no seu trabalho, na empresa e nos seus resultados.

Daí me vem à mente o quanto penso se estão equivocados, não por investirem em seus negócios e por trabalharem exaustivamente, afinal o velho ditado “o olho do dono é que engorda o boi” é na prática uma verdade incontestável, mas o que está faltando neste angu?

Em outro artigo deparo com a questão da mão de obra desqualificada que conforme dados do IBGE e PNDU, o resultado não está ligado apenas ao baixo tempo de permanência na escola, mas sim ao alto índice de analfabetismo funcional, chegando a 50%!

Oras como expandir e crescer um negócio misturando as duas situações? Difícil resposta, mas inacreditavelmente é o que está ocorrendo. Pessoas tem sede por empresas que ofereçam exatamente o que buscam que não haja perda de tempo e que sejam assertivos no atendimento às suas demandas e que este seja mais que satisfatórios.

Voltamos ao tema da prestação do serviço, alguém tem que fazê-lo. Assim um CEO trabalhar 365 dias por ano não é improvável num país como o nosso, onde supostamente não se tem mão de obra qualificada. Mas o segredo não seria investir exatamente nela, treinando, qualificando, educando?

Por que grandes empresas estão criando suas próprias universidades corporativas? É um caminho interessante e uma opção para suprir uma demanda crescente de mão de obra qualificada e culturalmente treinada.

Neste país é tudo junto e misturado. Há empresas que investem ou subsidiam a educação para seus colaboradores, há aquelas que preferem trocá-los num piscar de olhos e há aquelas que investem superficialmente, por outro lado há muitos profissionais que não investem em suas próprias carreiras, na sua formação e educação continuada e muito menos vestem a camisa da empresa aonde trabalham. Nem vou entrar no mérito da educação pública ser extremamente frágil e ainda sem qualidade unificada.

Aliado a estes fatos está aí uma nova geração denominada de Nem-Nem, hoje até tema de novela, mas que na realidade existe e que não está nem um pouco estimulada a buscar seus sonhos e suas realizações pessoais e profissionais. Esse caldo não é dos melhores.

Independente dos resultados das eleições próximas o quadro pintado não é otimista. O desemprego deve aumentar seja porque o estímulo dos programas sociais do governo onde as Bolsas Tudo não empurram as pessoas para a qualificação levando o emprego ao status “de  plano B”,  seja porque  os que estão buscando colocação não estão encontrando oportunidades.

Neste caldeirão a mistura é altamente explosiva, temos que nos preparar…….. o  resultado poderá ser muito danoso às empresas, à economia e à sociedade. Nos resta torcer para que isto não se torne realidade na sua plenitude.

Parece-me bem próprio Outubro ser o mês das bruxas.

Cruz credo pé de pato mangalô três vezes!!!!

 

Leia também:

http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/a-baixa-qualificacao-do-trabalhador-brasileiro-e-o-insustentavel-crescimento-da-massa-salarial/80986/

http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/uma-conversa-com-o-ceo-do-easytaxi/81002/

http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/7-razoes-pelas-quais-a-maioria-nao-sai-do-lugar/81556/

 

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