Arquivo mensal: setembro 2015

Conhece encantamento?

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ID-100168379Se considerarmos que os serviços são, conforme Kotler, intangíveis, inseparáveis, variáveis e perecíveis, só há um caminho, torná-los perceptíveis aos consumidores. E como fazer isto?

Claro que não há regras ou manual, há uma boa dose de análise dos clientes, experiências certas e erradas, criatividade e dedicação muita dedicação.

Assim, munidos de algumas informações, outra dose de ideias e investimentos, as empresas buscam por meio de seus colaboradores tangibilizar seus serviços. Locais agradáveis, cheirosos, limpos, modernos, com comunicação visual adequada e discurso afinado estão lá prontos para atendê-lo.

Mas quando você entra neste local quantos colaboradores estão entusiasmados em te atender? Quantos conhecem o que vendem? Quantos tornam sua experiência inusitada ou especial?

Difícil de quantificar…..a maioria não torna sua experiência uma vivência da marca.

Criar um clima especial e exclusivo, tornar o ambiente adequado e definir a forma de tratá-lo não é uma tarefa das mais fáceis. E ainda há um fator importante chamado pessoas e de preferência pessoas qualificadas e treinadas. Considerando que tudo lá está o que vai fazer você voltar?

Conhecer profundamente o que se vende não é suficiente para estabelecer esta sintonia. Ter um local agradável que aguça seus sentidos é tudo de bom. Ter pessoas preparadas para encantá-lo e surpreendê-lo é ainda melhor. É tudo junto e misturado.

Este sentimento ocorre quando você pensa no local e logo lhe vem à mente um cheiro delicioso, um sorriso inestimável, um atendimento inesperado, um ambiente surpreendente. A magia está completa.

Esta vivência é única, pessoal, intransferível e totalmente emocional.

Neste momento o que foi adquirir ficou em segundo plano, se tornou consequência natural da experiência e muito provavelmente você estará satisfeito sem mesmo ter provado.

É assim o encantamento, uma magia que não pertence ao sobrenatural e que não pode ser imitada!

Só quem foi encantado vai entender!

Reflita: “A qualidade total e excelência são princípios que promovem a criação de valor e o encantamento dos clientes.” Paulo Eduardo Dubiel – profissional de comunicação e marketing (http://pensador.uol.com.br/autor/paulo_eduardo_dubiel)

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Vinicius de Moraes

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Quando o preço não é componente de marketing

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ID-10059190Quando se estuda o mix de marketing e os 4 P’s de Kotler, um deles é o Preço.

Na elaboração de um plano de marketing, ao estabelecer um preço a empresa deve seguir um procedimento de 6 estágios. Primeiro selecionar seus objetivos de preço. Segundo determinar a previsão de demanda. Terceiro estimar a variação de seus custos. Quarto examinar os preços e ofertas dos concorrentes. Quinto selecionar um método para estabelecer o preço e sexto definir o preço final.

Uma das estratégias largamente difundidas é colocar um preço que aparente menor valor para atrair clientes – o preço psicológico. Como estratégia de marketing pode ser útil, mas alguns fatores devem ser levados em consideração como: diversificação, poder aquisitivo, características do produto ou serviço, promoção, propaganda, entre outros. Culturalmente toda economia é bem vinda. Como diz o ditado: “de grão em grão a galinha enche o papo”. Até aqui faz sentido.

Hoje, no entanto, já não garanto que a estratégia funcione. Afirmar que o preço $ 3,99 é melhor que $ 4,00 pode funcionar na teoria, mas nem sempre na prática é bem assim.

Vamos ver por outro ângulo. Quando vai a um supermercado, loja, padaria ou papelaria e depara com valores em centavos de reais, como por exemplo, R$ 3,67 há alguma sensação de economia para você?

Creio que não. Geralmente questionáveis e na maioria das vezes os valores “quebrados” só trazem descontentamento, irritação e muitas vezes o não fechamento da transação.

Explico.

O preço psicológico vira uma terapia em grupo, entre você o caixa e o restante da fila do supermercado. Nada mais constrangedor. Se você pede os centavos de troco parece miserável, se não recebe se sente lesado, se recebe a mais o caixa te trata com ironia, isto para simplificar a história.

Sou capaz de apostar que você compra só se for extremamente necessário. Muitas vezes não compra e em muitas outras já conhece o transtorno de receber balinhas ou caixa de fósforos de troco, se receber!

Aí vem a pergunta que não quer calar: porque trabalhar com preços assim?  Porque irritar o consumidor não tendo troco? Quantos dão troco superior ao que o consumidor teria de direito? Quem aceita as balinhas como forma de pagamento?

Assim o preço que deveria ser estratégico se transforma no pior pesadelo dos consumidores. Descontentamento, irritabilidade, reclamação, perda de tempo, são algumas das consequências. Ambos os lados saem perdendo.

Apesar das recomendações serem para que empresas cobrem o valor menor e as moedas de R$0,01 terem deixado de ser fabricadas, a insistência no erro permanece. Não há motivos para persistir. Melhor cobrar um valor redondo, sem perda de tempo, sem stress, descomplicado.

Neste caso e em todos os outros, a estratégia que deve prevalecer é a de deixar o cliente feliz e ponto!

Parece simples não é? Pois é……

Leia também:

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/03/1606602-na-falta-de-moeda-de-1-centavo-preco-deve-ser-arredondado-para-baixo.shtml

http://ecommercenews.com.br/artigos/cases/precificacao-dinamica-e-psicologia-dos-precos

http://www.dcomercio.com.br/categoria/financas/consumidor_paga_mais_com_cartoes_e_faz_uso_de_forma_consciente

https://www.vectio.com.br/crescimento-da-utilizacao-de-cartoes/

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