Enfim caros leitores estamos novamente no Natal….
O que aconteceu neste ano que passou? Eu particularmente não vi grandes mudanças no mundo corporativo, seja porque foi um ano de Copa do Mundo e Eleições logo um ano de muitas expectativas e apreensão, seja porque o crescimento foi pífio e houve certa recessão.
Quem nunca se dá mal são os ambulantes, estes se adaptam com muita rapidez e facilidade as necessidades dos consumidores e vendem nos faróis, ruas, metrô, trens qualquer coisa a qualquer hora. São tão elásticos e flexíveis, que se de manhã tem chuva estão vendendo guarda-chuvas, mas se a tarde o sol voltou estão vendendo chapéus e bonés e tão rápido quanto a mudança do clima em São Paulo. Cases de sucesso!
Mas e o comércio e os serviços? Este próximo ano muita coisa pode mudar, não só no reflexo das compras de Natal, mas na mentalidade do consumidor.
Em recente artigo da McKinsey&Company sobre o poder de compra dos americanos, a pesquisa aponta que apesar da melhora da situação do país e da retomada da confiança, muitos ainda permanecem receosos. Assim a maioria continua a procurar gastar menos, utilizando descontos, promoções, cupons, comparação de preços através de buscas pela internet e a compra de itens no atacado. Apesar dos americanos se sentirem melhor com a economia do país, não estão confiantes 100%. Assim a relação complexa do sistema econômico americano com seu consumidor aponta que apesar dela depender do poder de compra, analogamente, o consumidor depende da confiança que deposita em seu emprego, seu fluxo de caixa, da economia global. Se a renda familiar caiu certamente o freio de mão foi puxado. Nesta linha adquirir produtos mais baratos ou de marcas “menos reconhecidas” ou “populares” não é apenas uma questão econômica é uma questão de passar a reconhecer nelas qualidade e preço, a dupla mais procurada pelo consumidor.
Assim acredito que não só lá, mas aqui também será necessário reavaliar as despesas familiares e suas compras e não só natalinas. As condições da classe média e média alta mudaram, tivemos uma pequena inflação e a perspectiva para o próximo ano é de baixo crescimento, assim como nos EUA os brasileiros terão que se adaptar a uma nova realidade.
Mas não estaria o comércio na contramão desta situação eminente?
Vejo as atuais promoções dos Shoppings Centers onde para se concorrer a um prêmio, o consumidor deve gastar mais de $500,00. Estaria coerente com a situação do brasileiro? Acho que não, mas é necessário que o brasileiro seja como o americano e perceba que deve cortar custos e aproveitar mais as opções de compras em atacado, promoções, lojas populares, marcas menos conhecidas, artesanato enfim procurar opções!
Pesquisas também apontam que o consumidor brasileiro não deixará de comprar presentes, mas serão lembrancinhas e a quantidade também tenderá a diminuir com relação a natais anteriores, no entanto o ticket médio parece será maior do que o ano passado e maior será o uso do cartão de crédito.
Nesta onda o varejo também precisa rever conceitos e estratégias, procurando de forma criativa não perder clientes. Só após o Natal poderemos constatar se isto realmente aconteceu, mas espero que os consumidores não caiam na esparrela do endividamento além das suas possibilidades, como ocorreu nos EUA em 2008.
É a hora de todos encontrarem seu “camelô interno” e saber rapidamente mudar de chuva para sol e proporcionar um Natal mais feliz a sua família, com o que for melhor e de melhor puder oferecer, com criatividade e originalidade, afinal no Natal devemos sim praticar a sua verdadeira essência.
E depois também…….
Reflita: “Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.” – Platão
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